Médicos podem ser indiciados por morte na frente de hospital

Fotógrafo passou mal dentro de ônibus e, na porta de Instituto de Cardiologia, foi atendido por equipe do Samu

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Por Fabio Grellet
Atualização:

RIO - Médicos do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), no Rio, podem ser indiciados por homicídio doloso, quando há a intenção, pela morte do fotógrafo Luiz Cláudio Marigo, de 63 anos, ocorrida na segunda-feira, 2. A informação é do delegado Roberto Nunes, da 9.ª Delegacia de Polícia do Rio.

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Marigo tinha ido correr pela orla e voltava de ônibus para casa, em Laranjeiras, na zona sul. Quando ele começou a passar mal, o motorista do coletivo decidiu mudar o itinerário e levá-lo ao hospital mais próximo, o INC, no mesmo bairro. Para agilizar o atendimento e não interromper o trânsito, o motorista parou o ônibus sobre a calçada.

Passageiros alertaram funcionários do INC sobre o caso, que recomendaram chamar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Nenhum médico socorreu o fotógrafo.

Uma ambulância chegou ao INC e um médico que estava no veículo tentou socorrer o fotógrafo, que sofria um infarto. Em seguida uma equipe do Samu chegou e assumiu o atendimento. Marigo morreu no ônibus.

A Polícia Civil e o Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) investigam a responsabilidade dos médicos do INC no episódio. O fotógrafo, que era especializado em imagens da natureza, foi enterrado anteontem no Cemitério São João Batista, em Botafogo.

Gravidade. Em nota, o INC afirmou que, “por não ter sido dimensionada a gravidade do caso, o segurança orientou chamar o serviço de emergência móvel”. O INC não tem unidade de emergência. “Assim que tomou conhecimento, uma equipe médica do INC seguiu para o ônibus para prestar o atendimento.” 

A família de Marigo está acompanhando as investigações para decidir qual providência tomar. “Só vamos tomar qualquer medida depois de conhecer as conclusões das investigações da polícia e do Cremerj”, afirmou ontem a viúva Cecília Marigo.

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