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Medicina de Ribeirão Preto: 62 anos de reconhecimento no País e no exterior

Por CARLOS GILBERTO CARLOTTI JUNIOR
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A Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) foi inaugurada em 1952 para ampliar o número de vagas de Medicina no Estado e interiorizar seu ensino. Foram características marcantes nesse início a inovação curricular - com introdução, por exemplo, da Psicologia Médica e Medicina Preventiva -, a divisão do currículo em conteúdos básicos e clínicos, a institucionalização do binômio ensino-pesquisa, o ensino predominante em hospital universitário, a dedicação integral de professores à docência e à pesquisa e a formação do corpo docente com renomados ou promissores pesquisadores nacionais e internacionais. Ao longo das seis décadas do curso de Medicina, a estrutura curricular foi reformulada para fortalecer competências, habilidades e a formação humanística do futuro médico. Em 2002 e 2003, a FMRP-USP ampliou sua missão de formar profissionais da saúde, com a criação dos cursos de Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição e Metabolismo, Terapia Ocupacional e Informática Biomédica, este último com a Faculdade de Filosofia e Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP. Neste ano, passou a oferecer o curso de Ciências Biomédicas. Desde a fundação, já foram formados 6.112 alunos de graduação - outros 1.403 estão atualmente inscritos. Criados a partir de 1970, os programas de pós-graduação da FMRP-USP priorizam a formação e qualificação do pesquisador/docente e privilegiam a produção científica, de reconhecida qualidade. Atualmente, são 22 em diferentes áreas - 18 mestrados e doutorados acadêmicos e 4 mestrados profissionais. Até o início deste ano, foram titulados 7.205 alunos - 4.243 mestres e 2.962 doutores. E 1.524 alunos estão matriculados nos diferentes programas, cuja excelência tem sido reconhecida em diferentes avaliações. Historicamente, a FMRP também já recebeu a atenção da comunidade científica internacional. Nos anos 1940, grupo liderado pelo professor Maurício Rocha e Silva identificou a bradicinina, um poderoso vasodilatador, e foi cogitado para o Prêmio Nobel de Medicina. Após a descoberta do fator potencializador da bradicinina pelo professor Sérgio Henrique Ferreira, a FMRP ganhou destaque pela contribuição a um dos principais tratamentos para hipertensão arterial sistêmica. Mais tarde, outras descobertas mereceram atenção internacional. Entre elas, as referentes à Fisiopatologia, Epidemiologia e ao tratamento da Doença de Chagas, além da identificação da miosina V, do isolamento de proteína do látex e suas ações terapêuticas, dos transplantes de órgãos sólidos, das contribuições ao entendimento do metabolismo energético, da regulação hormonal e homeostase hidromineral e, mais recentemente, do uso terapêutico das células-tronco, da caracterização de propriedades psicofarmacológicas dos canabinoides, do estudo da dor, da sepse e das neoplasias e do uso de coortes na identificação de fatores de risco para diferentes doenças. Ao longo de seus 62 anos, a FMRP tem visto sua produção científica crescer, tanto em quantidade quanto em qualidade, e seu conhecimento ser transferido à sociedade, inclusive com geração de patentes. Esses fatos são reconhecidos pelas agências de fomento do País. A atenção à saúde, integrada com ensino e pesquisa, é a maior atividade de extensão de serviços à comunidade. Conta com um complexo que envolve diferentes níveis, parcerias com a Prefeitura de Ribeirão Preto e a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e do qual fazem parte dez equipes de Saúde da Família, um Centro de Saúde-Escola com Pronto Atendimento, três Unidades Básicas de Saúde, três hospitais secundários e o Hospital das Clínicas, incluindo Unidade de Emergência, Hemocentro e Centro de Reabilitação, onde são oferecidos 44 programas de Residência Médica e 11 de Residência Multiprofissional. CARLOS GILBERTO CARLOTTI JUNIOR É MÉDICO, PROFESSOR TITULAR DO DEPARTAMENTO DE CIRURGIA E ANATOMIA E DIRETOR DA FMRP-USP

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