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Marchas em São Paulo reúnem 1,8 mil e terminam com seis detidos

Um homossexual foi agredido na Praça da Sé; de acordo com a PM, houve tumulto envolvendo black blocs

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Por Redação
Atualização:

Atualizada às 20h37

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SÃO PAULO - Duas marchas tomaram as ruas da capital paulista na tarde deste sábado. As passeatas começaram por volta das 16 horas e terminaram com seis pessoas detidas e situações de confronto. A Marcha da Família, uma tentativa de reeditar o movimento que reuniu meio milhão de pessoas em 1964, partiu da Praça da República em direção à Sé. Já a Marcha Antifascista, uma resposta ao movimento de direita, saiu da Sé em direção ao antigo prédio do Dops, na Luz.

Com bandeiras do Brasil, os integrantes da Marcha da Família gritavam contra o PT e o governo Dilma. Faixas pediam a intervenção militar no País e acusavam o atual governo de comunista. De acordo com a Polícia Militar, o movimento reuniu cerca de mil pessoas por volta das 18 horas.

Com 800 manifestantes, a Marcha Antifascista teve a participação do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que falou aos manifestantes concentrados na Praça da Sé. Do alto do carro de som, Suplicy citou o discurso de Martin Luther King e cantou um trecho da música Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores, de Geraldo Vandré. O senador foi acompanhado e aplaudido pelos manifestantes. "Pela democracia!", encerrou o político. Uma mulher, que levava a bandeira do Brasil e supostamente foi para a manifestação errada, foi hostilizada e levada pela polícia.

Os manifestantes pararam em frente à antiga sede do Dops, hoje Memorial da Resistência, no Largo General Ozório. Eles fizeram um minuto de silêncio em homenagem a todos que foram mortos e torturados durante a ditadura.

Confrontos. De acordo com a Polícia Militar, houve tumulto entre black blocs e punks durante a manifestação, na Praça da Sé. Um casal foi detido com spray utilizado para pichações. Eles também levavam uma corrente de bicicleta e uma porção de maconha. De acordo com a PM, o homem tem passagem por roubo e a mulher por ato obsceno em manifestação de setembro do ano passado. Uma homossexual foi agredida após a Marcha da Família, na Sé. O agressor, Marcos Paulo Cardoso Pereira, acabou preso pela PM. De acordo com a corporação, um militar ficou ferido no braço por lâmpada fluorescente ao tentar defendê-la. De acordo com a Polícia Militar, uma integrante do grupo black blocs foi detida por seguranças do Metrô. Ela fugia de um grupo rival e embarcou na Estação da Sé, com uma marreta e uma porção de cocaína. A Marcha Antifascista terminou com mais dois detidos: no início da manifestação, a Polícia Militar deteve Robson Noriel Araújo de Souza, que teria atingido um oficial da PM com uma pedrada no braço e foi identificado por outros policiais militares no local. Ainda segundo a PM, outro homem identificado como Anderson Trindade Fumeiro foi detido após tentar agredir policiais militares do pelotão de motociclistas do 45º Batalhão de Policiamento Metropolitano. Ele disse pertencer ao grupo de "anarquistas". Marchas pelo País. A Marcha da Família com Deus pela Liberdade, realizada no centro do Rio de Janeiro neste sábado, 22, teve momentos de tensão e quase confronto físico entre militantes de direita e de esquerda. Policiais militares fizeram um cordão de isolamento entre as duas manifestações, mas houve um momento em que integrantes dos dois lados furaram o bloqueio. Houve corre-corre, e a polícia acabou forçando os manifestantes de esquerda a se afastar do local. Após a confusão, os grupos permaneceram na região, mas afastados e com uma "fronteira" formada por PMs que impediam confrontos. No Recife, a Marcha da Família com Deus pela Liberdade teve a adesão de 25 pessoas e optou por não fazer caminhada pelas ruas da capital pernambucana. Em Fortaleza, cerca de 50 pessoas participaram do ato. Em Manaus, a Marcha da Família reuniu 30 manifestantes. Não houve tumultos em Brasília, onde a chuva forte "desanimou" a marcha.

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