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Manifestantes jantam e passam a noite no plenário da Câmara dos Vereadores em SP

Cerca de 70 manifestantes protestam contra os projetos de concessão e privatização do prefeito João Doria

Por Juliana Diógenes
Atualização:
Procuradoria do Legislativo pediu na Justiça a reintegração de posse do plenário Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO

Os manifestantes que ocuparam o plenário da Câmara Municipal de São Paulo na tarde desta quarta-feira, 9, passaram a noite no local após terem lanchado e jantado pizza com refrigerante. A noite foi tranquila, segundo informações da presidência da Casa.

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O grupo, com cerca de 70 estudantes e manifestantes ligados a partidos de esquerda, protesta contra os projetos de concessão e privatização de serviços e equipamentos públicos encaminhados pela gestão do prefeito João Doria (PSDB). 

Eles entraram no plenário por volta das 13 horas desta quarta. À noite, a Procuradoria do Legislativo entrou na Justiça com um pedido de reintegração de posse do plenário. A expectativa é que a decisão saia até o início da tarde desta quinta.

Entre os movimentos que participam da manifestação, estão a União Nacional dos Estudantes (UNE), o Movimento Pela Cultura, o Levante Popular da Juventude, o Fora do Eixo e a Unidade Popular Socialista, conforme informações da presidência. 

Segundo informações da assessoria, o presidente da Câmara, o vereador Milton Leite (DEM), aliado de Doria, dormiu na presidência. Já a vereadora Juliana Cardoso (PT) optou por passar a noite junto dos manifestantes no plenário. 

Após terem água e comida negados pelo presidente da Câmara, acabou sendo liberada a entrada até a meia-noite, e os estudantes receberam 200 pães com manteiga. A permissão, porém, foi fruto de negociação. 

Em troca da comida e da água, além da liberação para uso do banheiro - solicitações dos manifestantes -, Leite pediu que cinco adolescentes que estavam no plenário saíssem, de acordo com a presidência da Casa. Os jovens deixaram apor volta de meia-noite. 

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O protesto. Com o apoio de vereadores do PT e PSOL, que fazem oposição a Doria, os manifestantes reivindicam a suspensão imediata dos projetos de lei que definem a concessão de parques, mercados, bilhete único e do estádio do Pacaembu à iniciativa privada. Ambos já foram aprovados em primeira votação pela Câmara e devem ser votados em definitivo até setembro, segundo estimativa de aliados do prefeito.

O grupo também pede a realização de 32 audiências públicas para discutir os projetos de concessão (uma para cada prefeitura regional), além da realização de um plebiscito, para consultar a população da capital se a maioria é a favor ou contra os projetos de desestatização. A proposta de plebiscito foi feita pela vereadora Patrícia Bezerra (PSDB), ex-secretária de Direitos Humanos da gestão Doria, e está parada na Câmara.

Os manifestantes também reivindicam a revogação das alterações no passe-livre estudantil, que restringiu os horários de uso do bilhete que dá descontos nas passagens de ônibus aos estudantes da capital. 

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Por volta das 19h, os estudantes e membros de movimentos sociais e partidos políticos organizaram uma espécie de coletiva de imprensa. Uma carta contra "a venda de São Paulo" foi lida pelos manifestantes - que também reclamaram da postura do presidente da Casa que cortou a água dos banheiros e tem impedido a entrada de comida no plenário. Os estudantes também pediram para que uma vigília fosse organizada do lado de fora da Câmara Municipal.

Vereadores como Eduardo Suplicy (PT) e Juliana Cardoso (PT), além do Padre Júlio Lancelotti, entraram no plenário para facilitar as negociações entre manifestantes e a presidência da Câmara. Na noite desta quarta, cinco viaturas da Polícia Militar estavam do lado de fora da Casa, mas o clima era tranquilo. 

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