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Manifestante é preso durante protesto na frente da casa de Doria

Suspeito de crime ambiental, jovem foi liberado por volta das 14h; ativistas fizeram ato contra plano de desestatização do prefeito

Foto do author Priscila Mengue
Por Priscila Mengue
Atualização:
O muro da casa do prefeito João Doria foi pichado com a frase 'SP não está à venda' Foto: Rafael Arbex/Estadão

SÃO PAULO - Um jovem de 23 anos foi preso durante uma manifestação realizada na manhã deste sábado, 15, na frente da casa do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), no bairro Jardim Europa, na zona oeste da cidade. O militante foi encaminhado pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) ao 78º Distrito Policial (Jardins) e, posteriormente, ao 14º Distrito Policial (Pinheiros), no qual permaneceu por cerca de duas horas, sendo liberado às 14 horas.

Ele é suspeito de ter pichado a frase "SP não está à venda"no muro da residência do prefeito, o que é considerado crime ambiental e passível de pena de até dois anos de reclusão. Segundo os organizadores, a prisão aconteceu no momento da dispersão. 

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Em vídeo publicado no Facebook pelo Levante Popular da Juventude, organizador da manifestação, é possível ver o momento em que o rapaz é imobilizado e segurado pelas pernas por membros da GCM. No vídeo, os guardas citam que imagens teriam captado o momento em que o rapaz supostamente pichou um muro. Uma agente da GCM, identificada apenas como Anair, declarou ao Estado, contudo, que o rapaz teria pichado o muro enquanto era encoberto por faixas e bandeiras. 

"Quando chegaram na frente da casa do prefeito, eles abriram as bandeiras e aconteceu o que aconteceu. Nós visualizamos o pessoal encostando na parede, mas foram encobertos pela bandeira", confirmou um inspetor de divisão da GCM identificado como Tobias.

Com início por volta das 10 horas, a manifestação é contrária aos pacotes de concessões e privatizações da gestão Doria. No local, os jovens gritaram palavras de ordem, cantaram músicas críticas ao prefeito e fizeram uma intervenção, na qual um militante se fantasiou de João Doria e fingia leiloar bens da cidade, como o estádio do Pacaembu.

Segundo o Levante Popular da Juventude, o militante foi escolhido aleatoriamente pela GCM, sem haver provas do ato. Porta-voz do movimento, Natali Santiago estima que cerca de 200 pessoas participaram da manifestação, que reunia jovens e estudantes contrários à política de privatizações, concessões e modificação do passe livre do governo. "Foi uma abordagem truculenta, entraram puxando, agredindo o militante sem dar explicação", contou. 

Os advogados Thays Carvalho e Guilherme Ribeiro, responsáveis pela defesa do jovem, disseram que não há nenhum elemento que comprove a autoria da pichação. Eles também afirmaram que o rapaz, cujo nome não foi divulgado, estava no local por conta da manifestação e que ele não tem ligações com nenhum partido político.

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