SÃO PAULO - O delegado Sidney Alvarenga Rosa, titular do 59.º DP (Jardim Noêmia), na zona leste, perto do limite com Guarulhos, tem motivos para comemorar após os dois primeiros meses deste ano. A delegacia situada em uma vizinhança de baixa renda não é das mais modernas. Paredes mofadas caem aos pedaços e cães de rua andam soltos até no terceiro andar do prédio. Em compensação, esse é o distrito que está atendendo com mais folga à meta de manutenção no número de roubos.
Foram 105 casos registrados em dois meses, ante 232 no primeiro trimestre do ano passado, uma diferença de 54,7%. Os roubos, no entanto, não são uma grande preocupação nessa parte da periferia de São Paulo. "É um povo muito simples, não tem nem o que roubar aqui", diz o delegado. Como os casos são muito restritos na área, a redução, para ele, não influencia no resultado da cidade. "Ainda é pouco. No geral, vai ter de mudar ainda muita coisa."
Segundo o delegado, a equipe local tem conseguido efetuar algumas prisões em flagrante ou iniciar a investigação e identificar o autor do crime logo após o registro da ocorrência. "Isso ajuda a tirar o bandido pelo menos cinco a seis meses da rua, o que evita muito roubo. No fim, o juiz solta, mas já alivia."
As ocorrências mais frequentes na região são desovas de carros furtados e homicídios em locais ermos. "Virei um exímio pescador de carcaça", diz ele, que recolheu 400 delas no Rio Tietê no ano passado.