PUBLICIDADE

Macacos de espécies raras nascem em zoológico de Bauru

Por causa do sucesso na reprodução, zoo receberá três animais para formar mais um grupo

Por Chico Siqueira
Atualização:

ARAÇATUBA - Dois macaquinhos raros nasceram no zoológico de Bauru, em São Paulo, que passou a ser o primeiro do País a reproduzir, em cativeiro, o filhote de macaco bugio de mãos ruivas - nascido há 30 dias - e o único no Brasil a reproduzir filhotes da espécie sauim de coleira, o último nascido na semana passada. A primeira espécie, recorrente na Amazônia e Mata Atlântica de alguns Estados do Nordeste, é considerada de alta vulnerabilidade, caminhando para a extinção. A segunda, que está quase extinta, sendo restrita apenas a poucas matas no entorno de Manaus, é foco do programa de conservação do Instituto Chico Mendes.

Filhote de macaco bugio de mãos ruivas nasceu há 30 dias Foto: Chico Siqueira/Estadão

PUBLICIDADE

"Não divulgamos os nascimentos antes para não atrair curiosos e atrapalhar a convivência dos animais", explicou o diretor do zoo, Luiz Pires. Segundo ele, o filhote de bugio de mãos ruivas, é filho de um casal de macacos jovens, resgatados em março de 2013 no desmatamento para instalação da linha de transmissão de energia Tucuruí/Xingu/Jurupari, que tinham se perdido da família e não sobreviveriam. "Nem nós esperávamos esse nascimento tão rápido", afirmou Pires. 

Já o filhote de sauim de coleira nasceu de um casal recolhido com colecionadores. O filhote é o segundo da mesma espécie nascido no zoo de Bauru em dois anos. "Nosso zoo é o único que conseguiu reproduzir essa espécie em cativeiro. É nossa parte no programa de conservação da espécie", afirmou. 

Filhotes da espécie sauim de coleira são os primeiros do Brasil a nascer em cativeiro Foto: Chico Siqueira/Estadão

Nenhum dos casais pode ser reinserido na natureza, e a reinserção dos filhotes, caso haja possibilidade, deve ser estudada por especialistas. Mas o sucesso de reprodução em cativeiro do zoo é tanto que o local deverá receber mais três animais, também recolhidos de colecionadores que os usam como bichos de estimação, para tentar formar mais um grupo. Atualmente, além do filhote recém-nascido, há o casal e a filhote fêmea, nascida há dois anos. Segundo Pires, o fato de os animais terem sido concebidos em jaulas demonstra que estão bem adaptados ao zoológico. "Isso nos deixa muito feliz".

De acordo com Pires, ainda não é possível saber o sexo dos macaquinhos, mas eles já estão atraindo centenas de pessoas ao zoo que recebe cerca de 20 mil visitantes por mês. "O pessoal fica curioso e quer ver de perto", diz.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.