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Suposto líder nega administração de prédio que desabou: ‘só ajudo as pessoas’

Segundo Ananias Pereira dos Santos, cerca de 30 das 118 pagavam algum valor

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Por Marco Antônio Carvalho
Atualização:
Prédio do Largo do Paiçandu desabou na última terça-feira, 1º Foto: Felipe Rau/Estadão

SÃO PAULO - O homem apontado como líder do movimento que administrava a ocupação no edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou na madrugada de terça-feira, 1º, prestou depoimento à polícia na noite desta sexta-feira, 4. Ananias Pereira dos Santos negou ligação com o Movimento de Luta Social por Moradia (MLSM) e disse que não tinha função direta no prédio incendiado. Ele classificou o local como “uma das ocupações mais pobres de São Paulo”.

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Durante duas horas e meia, Santos e Hamilton Rezende, coordenador do MLSM, prestaram depoimento ao delegado seccional do centro, Marco Antônio Paula Santos, no âmbito do inquérito instaurado para apurar como funcionava a administração do prédio e se era cobrado aluguel das famílias. “Não sou líder do movimento, só ajudo as pessoas. Não existe a cobrança”, disse Ananias.

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Ao Estado, o delegado Santos confirmou que ele negou ligação com a administração do prédio, mas disse ter conhecimento da cobrança. “Ele falou que nem todas as famílias tinham condições. Cerca de 30 das 118 pagavam algum valor, mas disse que era uma das ocupações mais pobres da cidade”, disse o delegado. Em depoimento, Ananias disse ter conhecimento de que um grupo de mulheres eram responsáveis pela cobrança, que teria sido decidida em convenção entre os moradores do local.

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Ananias disse estar “indignado” com as acusações que ligam seu nome aos problemas enfrentados pelos moradores do prédio, com estrutura precária. “Estou triste, chateado, magoado por falarem que eu estava fugindo. Ananias não foge de nada”, disse. Logo depois, questionado sobre a demora na apresentação à polícia, disse que não responderia.

O advogado Roberto Ramos disse que o seu cliente está sendo investigado pela polícia, mas que não houve demora na apresentação. “A oitiva estava marcada para a terça-feira e por causa da mídia, do que estavam fazendo com ele, antecipamos para hoje”, disse na saída do depoimento. 

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