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Latrocínios, roubos e furtos caem em SP

Assalto seguido de morte registrou menor índice desde 2012, segundo estatísticas da Secretaria de Estado da Segurança Pública

Por Rafael Italiani
Atualização:

Atualizada às 21h09

SÃO PAULO - Os indicadores dos casos de roubo seguido de morte no primeiro semestre de 2015 atingiram as menores marcas desde 2012, tanto no Estado quanto na capital, segundo números divulgados nesta segunda-feira, 27, pela Secretaria da Segurança Pública. A maioria dos outros crimes teve queda no período em comparação com 2014, mas os roubos de carga e a banco registraram alta.

Só na capital foram 58 latrocínios neste primeiro semestre, contra 76 do mesmo período do ano passado, representando uma queda de 23,68% Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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Entre janeiro e junho, foram 177 latrocínios no Estado, ante os 201 registrados no primeiro semestre do ano passado. A redução foi de 12%. Junho teve 29 casos no território paulista, dois a mais do que no mesmo mês de 2014. O total de latrocínios também é menor do que o número de casos registrados em 2012 (178 casos) e em 2013 (203), segundo a pasta.

Já a capital teve 58 desses crimes no acumulado de 2015, o que representa uma queda de 23,7% na comparação com o ano passado, quando assaltantes mataram 76 pessoas. No mês passado, a cidade de São Paulo registrou sete ocorrências, ante as 12 de junho de 2014 - queda de 41,6%.

Furtos e roubos. Outros crimes contra o patrimônio, como os furtos e os roubos, também apresentaram queda no semestre. Na capital, foram 152.406 assaltos, 6,7% a menos do que em 2014. No Estado, a redução foi de 5,2% nos seis meses. 

Questionado se a queda nos roubos foi motivada pela dificuldade de as vítimas registrarem boletins de ocorrência de roubos de celulares, uma vez que, como mostrou o Estado na semana passada, é preciso informar o código IMEI dos aparelhos, o secretario da Segurança, Alexandre de Moraes, negou. “O registro na delegacia não precisa de IMEI. Se o distrito não estiver fazendo isso, está errado.”

Dois tipos de roubos, praticados por quadrilhas organizadas, tiveram aumento no primeiro semestre de 2015: o de cargas e o a bancos. Contra as instituições bancárias, o crescimento foi de 2% no Estado e de 23% na capital, minimizado por Moraes. “É uma variação baixa.” Para ele, o indicador “está dentro da margem de erro”. 

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Nos roubos a carga, apesar de redução nas comparações entre junho de 2015 e o mesmo mês do ano passado, houve aumento no acumulado do semestre. No Estado, foi de 2,84%, e a cidade registrou uma elevação de 7,61%. Desde o início do ano, a pasta se esforça para reduzir esse tipo de crime. Para tanto, Moraes pediu estudos para diagnosticar os casos.

Homicídios. Os homicídios voltaram a registrar o menor índice de mortos na capital e no Estado. Critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelecem que a taxa deve estar abaixo de dez crimes para cada 100 mil habitantes, o que define quando uma doença é endêmica em uma população.

Em junho, a taxa de assassinatos caiu para 9,38 casos por cem mil habitantes no Estado e para 9,51 na capital - em 1999, o índice da cidade era de 52,88. 

De acordo com a pasta, é a primeira vez desde 2001 que um semestre contabiliza um número abaixo de 2 mil homicídios no Estado. Foram 1.931 casos neste período em 2015, ante 2.185 em 2014, o que representa queda de 11,6%.

Para o advogado Arles Gonçalves Junior, presidente da Comissão de Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a diminuição de crimes contra a vida “é uma tendência” no Estado e na capital. “A população tem ajudado a polícia. As imagens de câmeras de segurança em comércios e residências colaboram na identificação dos bandidos.”

Segundo ele, nos últimos anos têm ocorrido uma “melhor interação entre as Polícias Civil e Militar”. Além disso, a apuração de latrocínios também tem a ajuda da expansão da tecnologia e de sistemas de monitoramento eletrônico.

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