Jovem é executado por não se apresentar a 'tribunal do crime' do PCC

Acusado de ter roubado uma corrente de ouro, homem não compareceu ao 'julgamento' em Ribeirão Preto por medo de ser morto

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Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA - Um jovem foi executado dentro de um bar neste domingo, 12, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, por não ter se apresentado a um "tribunal do crime" da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), onde seria julgado por furto. Uandison Ramalho Bonfim, de 22 anos, era acusado de ter roubado a corrente de ouro de um integrante da facção. Ele seria "julgado" por esse crime, mas não compareceu por medo de ser morto, segundo sua mulher declarou à Polícia Civil.

Criada no interior de São Paulo, a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) se expandiu e está presente em todo o Brasil e em alguns países da América do Sul Foto: Epitácio Pessoa/Estadão

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De acordo com o depoimento, Bonfim teria devolvido a corrente furtada, mas seu julgamento foi mantido para a noite de sábado, 11. Como ele não compareceu, acabou condenado à morte pelo PCC.

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A vítima jogava sinuca com amigos em um bar da Vila Virgínia, quando um homem usando capacete entrou e fez vários disparos, todos contra a vítima. O rapaz foi atingido por quatro tiros de pistola calibre 380 e morreu na hora. O atirador fugiu na garupa de uma moto pilotada por um comparsa.

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Até a tarde desta segunda-feira, 13, nenhum suspeito do crime tinha sido preso. A polícia recolheu imagens de câmeras instaladas no local.

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Operação

No dia 18, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual em Ribeirão Preto, prendeu sete pessoas na Operação Antígona, deflagrada contra integrantes do PCC, suspeitos de participar de "tribunais do crime".

A investigação apurou que ao menos cinco pessoas foram julgadas e executadas com requintes de crueldade pelos integrantes da facção, a partir de junho deste ano. Uma das vítimas, de uma facção rival, foi morta a golpes de podão - facão de cortar cana. Alguns corpos foram enterrados após a execução e ainda não foram localizados. 

Em setembro, duas vítimas foram resgatadas quando eram julgadas em uma favela do Jardim Anhanguera, na zona leste.

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