GUARUJÁ - Os bombeiros finalizaram na madrugada deste sábado, 16, o combate às chamas nos contêineres na área da empresa Localfrio, no distrito de Vicente de Carvalho. Agora,os trabalhos estão concentradas na fase de rescaldo dos equipamentos, com o objetivo de inertizar os produtos que ainda podem oferecer risco. Até agora, 175 pessoas buscaram atendimento médico nas unidades de pronto atendimento da cidade.
"Encerramos o combate ao fogo às 4h com o procedimento de abrir cada contêiner em chamas para lançar água em seu interior. Essa medida liberou mais fumaça, porém foi mais eficaz", explicou o tenente, Rafael Marques.
Esta ação do Corpo de Bombeiros foi adotada no início da noite de sexta-feira (15) e a travessia de balsas entre Guarujá e Santos teve de ser paralisada por falta de visibilidade no estuário. Anteriormente, foi usada a técnica de imersão dos equipamentos em chamas em um tanque para acabar com a reação química.
Segundo o tenente Marques, do lote de 85 contêineres, 50 pegaram fogo, sendo que alguns ficaram totalmente danificados. A corporação segue no local, mas agora com 60 homens, 25 viaturas e ainda conta com o apoio de um navio para bombear a água do mar. A previsão é de que o trabalho de rescaldo siga durante o final de semana. Nesse período, será possível que os moradores percebam nuvens de fumaça pela Cidade.
Paralisação - Cinco dos nove terminais da margem esquerda do Porto de Santos tiveram suas atividades interrompidas devido ao acidente que acometeu o distrito de Vicente de Carvalho.
Os trabalhos foram interrompidos nos dois terminais da Santos Brasil (Tecon Santos e Terminais de Veículos), a instalação conjunta da Bunge, ALL e Amaggi, a da Bungue e ALL (Temag) e a Localfrio. Já os terminais Teg e Teg (joint venture entre Cargill e Louis Dreyfus) e os da Dow Química e Cutrale não foram paralisados.
O comércio de Vicente de Carvalho também teve sua rotina alterada. Muitos lojistas fecharam as portas, principalmente no dia do vazamento. Na sexta-feira, como foi feriado municipal, muitos não abriram suas lojas. Porém, serviços essenciais, como farmácias e postos de combustíveis sofreram mudanças.
"No dia do acidente fechamos às 17h. Agora está mais tranquilo, mas quando o vento joga a fumaça em nossa direção temos que entrar e paralisar o atendimento", disse o frentista, Marcio Tavares.
Apuração - O Ministério Público de Guarujá instaurou inquérito civil para averiguar os danos ambientais causados pelo vazamento. Segundo o promotor de Justiça do Meio Ambiente, Osmair Chamma Júnior, o órgão vem trocando informações com o Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) através de ofícios, para apurar futuras responsabilidades.
Já os vereadores Nelsinho Filho e Luciano Tody, ambos do PMDB, participaram das reuniões do Gabinete de Gestão e Crise que foi criado pela prefeita da cidade, Maria Antonieta de Brito (PMDB). O presidente da Câmara Municipal, Ronald Nicolai Fincatti (PROS) anunciou que pretende criar uma comissão de assuntos relevantes que ficará incumbida de apurar todos os fatos relacionados ao episódio.
Turismo - Em um primeiro momento, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) orientou os turistas a evitarem a região atingida pelo vazamento químico. Entretanto, divulgou uma nota no final na sexta-feira (15) afirmando que a balneabilidade das praias não foi atingida.