Ilha Solteira operava desde junho abaixo da cota, diz secretário

Consumo da água para geração de energia levou o reservatório da usina a um nível crítico, baixando 32% de sua capacidade total

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Por José Maria Tomazela
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NAZARÉ PAULISTA - A Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira opera desde o início de junho com o reservatório abaixo da cota mínima, afirmou nesta quinta-feira (21) o secretário estadual de Recursos Hídricos, Mauro Arce. Uma liminar dada pela Justiça Federal de Jales (SP) a associações de criadores de peixes determinou que a Companhia Energética de São Paulo (Cesp) e o Organizador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) deixem de gerar energia abaixo da cota mínima, sob pena de multa diária de R$ 100 mil. A medida visa a garantir a atividade indispensável para o sustento das famílias. De acordo com o secretário, o consumo da água para geração de energia levou o reservatório a um nível crítico, baixando 32% da capacidade total. A cota mínima é de 328, mas a operação ocorre com conta de 321. "As águas baixaram tanto que tivemos de reposicionar os sistemas de captação de algumas cidades paulistas." Segundo ele, apesar da decisão judicial, até a tarde desta quinta-feira a usina operava normalmente. Até aquele momento, a Cesp ainda não havia sido notificada, segundo o secretário. Ele disse que a situação dos reservatórios é complicada em todo o Sudeste e atingiu níveis críticos também nos rios Grande e Parnaíba. Órgãos do governo paulista acusaram o ONS de dar prioridade à geração de energia, causando a queda no nível do reservatório que levou à paralisação do transporte pela hidrovia Tietê-Paraná, em Araçatuba. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que a Companhia Energética de São Paulo (Cesp) vai cumprir a decisão judicial que mandou suspender a operação na Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira. Ele descartou um recurso do governo estadual para reverter a medida. "A operação é federal, do ONS (Organizador Nacional do Sistema Elétrico), nós vamos acatar e ver o que vai ocorrer."

Geraldo Alckmin e Mauro Arce vistoriaram as obras de captação de água da Represa de Atibainha Foto: Hélvio Romero/Estadão
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