Igreja de Santa Ifigênia passa por obras de restauração

Outras etapas da reforma no templo que já foi o principal da capital paulista devem ainda demorar três anos

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Por Edison Veiga
Atualização:

Um dos mais importantes templos religiosos da história de São Paulo, a sede da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, mais conhecida como Igreja de Santa Ifigênia, passa por obras de restauro. A primeira fase dos trabalhos, que consistem na recuperação de duas capelas laterais, deve ser concluída dentro de um mês. Em seguida, vem a busca por mais recursos financeiros para que as demais capelas e, depois, toda a igreja também possam ser recuperadas.

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“Se não faltar dinheiro, creio que em três anos tudo estará pronto”, acredita o padre Ismael Destéfani, pároco da Santa Ifigênia. Por meio da lei de incentivo fiscal, a igreja captou R$ 1,6 milhão para as obras, iniciadas há seis meses – há a autorização para levantar um total de R$ 5,4 milhões. “Acredito que conseguiremos o dinheiros, já que alguns empresários se comprometeram verbalmente conosco”, afirma. 

Além das capelas, o sistema elétrico foi trocado e parte do telhado, substituído – sanando, assim, problema de infiltrações. “Agora estamos nos detendo nas pinturas murais, que estavam muito deterioradas”, afirma a restauradora Paula Moraes, da equipe de cinco profissionais que está atuando ali. 

A igreja, localizada próxima do Vale do Anhangabaú, ocupa terreno de uma das mais antigas capelas da cidade – a de Nossa Senhora da Conceição, erguida no início dos anos 1700. A construção original foi demolida no início dos anos 1900, para dar lugar à atual, projetada pelo arquiteto austríaco Johann Lorenz Madein. Com detalhes neogóticos, a igreja foi erguida entre 1904 e 1913 – apesar de ter sido inaugurada, ainda inacabada, em 1910. Em seu interior, há vitrais italianos, órgão alemão e obras de arte de importantes pintores como Benedito Calixto e Henri Bernard. Em 1924, na frente da igreja, ocorreu um intenso tiroteio, parte da Revolta Paulista de 1924 – um levante contra o então presidente da República Artur Bernardes. Marcas de balas ainda são visíveis na fachada. 

Catedral e basílica. Entre 1930 e 1954, quando a Igreja da Sé estava sendo construída, a Igreja de Santa Ifigênia foi a catedral da cidade. O templo acumula distinções tanto religiosas quanto seculares – em 1958, foi elevada ao grau de basílica pelo papa Pio XII; em 1992, foi tombada pelo Conpresp, órgão municipal de patrimônio. “O projeto de restauro data de 1998. Finalmente, conseguimos colocar em prática”, diz o arquiteto Lucas Gaspar, um dos responsáveis pela empreitada.

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