PUBLICIDADE

Haddad repudia violência na Câmara e nega relação com incidente

Após confronto entre sem-teto e PM, vereadores culparam prefeito, pelo fato de ele ter subido em carro de som do movimento

Por Rafael Italiani
Atualização:

Atualizada às 21h55

SÃO PAULO - Um dia depois de ter sido responsabilizado pela oposição de estimular o protesto de sem-teto na frente da Câmara Municipal, que acabou em confronto com a PM, o prefeito Fernando Haddad (PT) disse que "não contribuiu" com o tumulto, que teve banheiros químicos queimados, um restaurante incendiado e as grades que cercam o Legislativo destruídas. A justificativa dos vereadores da oposição para o caos que se instaurou no centro, após a Câmara adiar para ontem a votação do Plano Diretor, foi a de que Haddad teria contribuído com a violência do confronto, após subir em um caminhão de som do Movimento de Trabalhadores Sem-Teto (MTST), no dia 27 de março. Na ocasião, um grupo de manifestantes caminhou até a sede da Prefeitura, no Viaduto do Chá, na região central, para reivindicar a criação de moradias populares na área conhecida como Nova Palestina, no Jardim Ângela, na zona sul. Ao subir no caminhão de som dos manifestantes vinculados ao MTST, Haddad afirmou que, se a Câmara Municipal aprovasse o Plano Diretor, a área, que hoje é irregular, se tornaria uma Zona Especial de Interesse Social (Zeis) e uma parte do terreno de quase 6 mil metros quadrados onde vivem cerca de 8 mil famílias seria destinada à habitação popular. Haddad já tinha negado que subiu no caminhão para pressionar os vereadores sobre o Plano Diretor. Na manhã desta quarta, 30, durante a inauguração de uma Unidade Básica de Saúde (UBS), em Pedreira, na zona sul, Haddad ainda repudiou a violência do protesto na Câmara. "Não há a menor necessidade de promover atos de violência para obter conquistas e avanços. Nós nos solidarizamos com a Câmara Municipal, entendemos que a Câmara deve ter o seu tempo de maturidade para aprovar um projeto para os próximos 20 anos", disse o prefeito.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.