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Haddad promete ciclovias em todos os bairros de SP

No Dia Mundial sem Carro prefeito usou bicicleta para ir de casa até o trabalho e defendeu desoneração do meio de transporte

Por Rafael Italiani
Atualização:

 

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, usou sua bicicleta para ir trabalhar nesta segunda-feira Foto: Werther Santana/Estadão

SÃO PAULO - Após pedalar por cerca de 4,1 quilômetros entre seu apartamento no Paraíso, na zona sul, e o prédio da Prefeitura, no Viaduto do Chá, na região central, o prefeito Fernando Haddad (PT), prometeu ciclovias em todos os 96 distritos da capital. Nesta segunda-feira, 22, em comemoração ao Dia Mundial sem Carro, o prefeito pedalou para o trabalho acompanhado de cicloativistas e do senador Eduardo Suplicy (PT). 

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"Nenhum distrito de São Paulo por mais periférico que seja vai deixar de estar interligado à malha cicloviária. Com 400 quilômetros dá para chegar ao Rio de Janeiro, então dá para chegar em Guaianases, Perus em Marsilac", disse o prefeito. A meta da Prefeitura é que a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) implemente 400 quilômetros de faixas até o final do ano que vem. 

Ao contrário do que acontece no centro expandido os extremos da cidade estão com poucas ciclovias e com uma implementação mais lenta. Matéria publicada pelo Estado no último dia 14 mostrou que bairros no extremo leste como o Itaim Paulista e o Jardim Helena estão entre os que mais se usam a bicicleta para trabalhar em toda a cidade. 

Haddad também defendeu a desoneração das bicicletas. "Nós estamos na Frente Nacional de Prefeitos pedindo a isenção (de impostos) da bicicleta para os governos que tributam e não para o governo municipal. Temos que cobrar dos governos Estadual e Federal a isenção da bicicleta e não ao prefeito que não arrecada nada um tributo que não é dele." O IPI e a Cofins, ambos impostos federais, e o ICMS do governo do Estado incidem sobre o preço final da bicicleta. Segundo o Haddad, caso seja feito "um esforço" o preço da bicicleta pode ser reduzido entre 20% e 30%.

Para Daniel Guth, diretor da Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), hoje o meio de transporte não está "ajustado" ao bolso do brasileiro. "Cerca de 40% de quem usa a bicicleta tem renda familiar de R$ 1.200 enquanto uma bicicleta média, de qualidade, custa entre R$ 800 e R$ 1 mil." 

'Simbólico'. 

Haddad classificou como "simbólica" sua ida ao trabalho de bicicleta. "Não é em um dia que vai mudar uma cultura. Eu ainda vejo, quando saio com os ciclistas, que há muita ofensa. As pessoas xingam com muita frequência. Temos que aprender a respeitar o usuário do transporte público, o pedestre, o ciclista, que são as partes frágeis do elo da mobilidade, são as pessoas que estão ajudando a mobilidade a funcionar melhor", afirmou o prefeito.

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Por volta das 8h o prefeito saiu de seu prédio e empurrou a bicicleta pela calçada até a Rua Oscar Porto. Acompanhado de dezenas de ciclistas Haddad montou na bike, virou na Rua Abílio Soares, atravessou a Avenida Bernardino de Campos e acessou a Rua do Paraíso e desceu em direção ao centro pela ciclovia da Rua Vergueiro e da Avenida Liberdade (antiga motofaixa). O prefeito só deixou de pedalar na faixa quando chegou na Prefeitura. 

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