Haddad entrega área para ‘Sesc Mercadão’

Lei concede, por 99 anos, uso de terreno municipal, onde antes estavam o São Vito e o Mercúrio; obra pode começar em 2015

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Por Adriana Ferraz
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SÃO PAULO - O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), sancionou o projeto de lei que permitirá a construção de uma unidade do Sesc na frente do Mercado Municipal, no centro da capital. Aprovada pelos vereadores no mês passado, a lei que cede o terreno ao Serviço Social do Comércio foi publicada nesta terça-feira, 15, e abre espaço para a revitalização do Parque D. Pedro II, prometida há mais de dez anos.

Com a nova legislação, o Sesc tem agora um prazo de 12 meses para apresentar à Prefeitura um projeto de ocupação da área, que é municipal e já abrigou os Edifícios Mercúrio e São Vito. Totalmente degradados, ambos foram desapropriados e posteriormente demolidos pela gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), em 2011. Desde então, apenas um estacionamento público para clientes do Mercadão foi feito no local.

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A remodelação do parque já foi explorada por diversos urbanistas, durante as gestões de Marta Suplicy (PT), José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (PSD). Na última proposta apresentada, a região ganharia novos pontilhões, espelhos d’água e até um parque linear. 

A ideia atual, no entanto, é mais “pé no chão”. Haddad não quer mudanças somente urbanísticas, mas econômicas e sociais, levando-se em conta que a área é tomada de moradores de rua e usuários de drogas.

A Prefeitura pretende levar ao parque projeto semelhante ao desenvolvido pelo programa Braços Abertos, no qual usuários de crack são convidados a trabalhar e morar em residências pagas pelo Município. O modelo foi implementado inicialmente na Cracolândia e virou uma das bandeiras da gestão Haddad. 

O aspecto econômico também é ambicioso: inclui uma reformulação viária da Rua 25 de Março, que fica a menos de 1 quilômetro do parque, e a construção de um shopping popular no lugar da Feira da Madrugada.

Expansão. Diretor do Sesc-SP, Danilo Miranda diz que a entidade vai procurar conhecer os estudos já desenvolvidos antes de definir o desenho final. “A arquitetura para nós tem de ser mais do que uma manifestação artística. Tem de ter um caráter educativo e de acesso.”

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Segundo Miranda, a futura unidade vai oferecer todos os serviços tradicionais, como áreas de convivência, de esportes e cultura, com direito a teatro. “Com ele, poderemos movimentar também a vida noturna da região”, ressalta.

O Sesc Mercadão será o quinto no centro da capital. Além dele, três já foram entregues na região - Carmo, Consolação e Bom Retiro -, e outro está em construção na Rua 24 de Maio, em terreno onde funcionou a antiga Mesbla. A entidade ainda toca duas obras em São Paulo: a reforma do Sesc Paulista e a construção da unidade do Campo Limpo, na zona sul. 

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