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Governo inicia revitalização da Praça Júlio Prestes, como parte de obras de complexo

Atividade integra obra no Complexo Júlio Prestes, onde estão previstas 1,2 mil unidades habitacionais. Alckmin elogia ritmo da construção e diz que moradia pode ajudar a reduzir o fluxo da Cracolândia

Foto do author Marco Antônio Carvalho
Por Marco Antônio Carvalho
Atualização:

SÃO PAULO - O governador Geraldo Alckmin estará nesta quarta-feira, 24, na Luz para marcar o início da revitalização da Praça Júlio Prestes. A atividade é parte da Parceria Público-Privada do Centro, cujas obras de unidades habitacionais estão em andamento há um ano. A PPP prevê a construção de 3.683 moradias, sendo 1.292 no Complexo Júlio Prestes, além da nova edificação para a Escola de Música Tom Jobim. 

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Na manhã desta quarta, Alckmin deve entregar as 91 unidades do Residencial Alameda Glete, cujos proprietários foram sorteados em setembro de 2017. Tratam-se de famílias com renda entre R$ 810 e R$ 4.344. O conjunto é composto por uma torre única com sete pavimentos além do térreo, onde estão instaladas as áreas de convívio. 

Ao Estado, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) reforçou o objetivo com a criação de unidades habitacionais naquela região. “Olha, há algum tempo recebi arquitetos de Barcelona e fui mostrando para eles a cidade, a Pinacoteca, a Sala São Paulo, os equipamentos culturais. Eles disseram que estava tudo uma beleza, mas ponderaram que se as pessoas não voltassem a morar no centro não haveria recuperação porque à noite fica vazio e isso deteriora a segurança”, disse.

A Secretaria de Habitação classifica como acelerado o ritmo das obras da PPP e, com isso, anunciará nesta quarta que o sorteio de 961 unidades habitacionais será realizado em março deste ano. A iniciativa inclui reforma no quartel do Corpo de Bombeiros instalado na região, que deve ser inspecionado pelas autoridades durante agenda desta quarta.

O governador elogiou o que chamou de “impressionante velocidade” do setor privado em construir as unidades. “Olha, sobre as obras do CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) já sei que começamos num mandato para entregar no outro. Não conseguimos autorizar as obras e entregá-las num mesmo mandato com licitações, editais, o que dificulta muito. Já o setor privado entrega tudo em 12 meses. É impressionante a velocidade”, disse.

Segundo Alckmin, é na Prefeitura Regional da Sé onde estão localizados 17% dos postos de trabalho da cidade, enquanto essa região concentra só 7% dos moradores. “Precisamos trazer de volta as pessoas para morar e é isso que estamos fazendo”, disse Alckmin. De acordo a pasta da Habitação, a iniciativa visa a “colaborar com a requalificação da região central e aproximar a moradia do emprego e dos eixos de transporte de massa e, com isso, reduzir o tempo de deslocamento dos trabalhadores”. 

A PPP do Centro prevê a construção de 3.683 moradias, com 2.260 habitações de interesse social (HIS) – para famílias que ganham de R$ 810 a R$ 4.344 e com subsídio estadual - e outras 1.423 de mercado popular (HMP) – para famílias com renda de R$ 4.344,01 a R$ 8.100 e sem subsídio. Serão destinadas 500 unidades de HIS a famílias de baixa renda que fazem parte de movimentos de moradia, diz a Habitação.

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Cracolândia. A área do Complexo está próxima de onde se concentra a Cracolândia após operação policial em maio do ano passado, com intenso fluxo de pessoas com dependência química. Segundo o governo, a nova Praça Júlio Prestes terá uma área de eventos com capacidade para até 5 mil espectadores, espaços para uso recreativo e uso infantil, incluindo um playground, além de nova pavimentação, iluminação e mobiliário urbano. O prazo para entrega das obras é abril de 2018. 

Sobre a proximidade com a região da Cracolândia, hoje instalada nas imediações da Praça Júlio Prestes, no fim da Rua Helvétia, o governador disse que as moradias tendem a melhorar o entorno. “Diminuiu o número de pessoas, mas ainda é expressivo. A melhor maneira para resolver isso é trazendo as pessoas para morarem. Locais ermos, terrenos abandonados estimulam essas ocupações”, disse. Segundo ele, a Cracolândia “não vai acabar totalmente”, mas será reduzida.

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