Fumaça causou pânico e lotou prontos-socorros

Mais de quatro horas após o vazamento, ainda havia várias pessoas que chegavam tremendo e sem conseguir respirar à UPA

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Por Fabiana Cambricoli
Atualização:

SANTOS - Nos três prontos-socorros mais próximos do local do vazamento de gás no terminal de cargas de Guarujá, cenas de desespero se repetiram dezenas de vezes na tarde desta quinta-feira, 14. Eram jovens, idosos, crianças que não paravam de chegar com os mesmos sintomas: falta de ar, tosse, sensação de ardência na garganta e nos olhos e muito pânico. Segundo funcionários dos prontos-socorros, nenhum paciente evoluiu para um quadro grave.

Mais de quatro horas após o vazamento, às 19h, ainda havia várias pessoas que chegavam tremendo e sem conseguir respirar à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Jardim Boa Esperança. Eram, em sua maioria, moradores do Pae Cará, bairro do Distrito Vicente de Carvalho, mais afetado pela fumaça. No local, casas e comércios foram invadidos pela nuvem densa, escura e de cheiro forte. Em alguns momentos da tarde, era impossível ver o que estava a poucos metros de distância. 

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“Estava tomando banho e quando saí só vi a casa tomada pela fumaça. Foi um desespero. Todo mundo começou a sair das casas porque o cheiro era insuportável”, conta o estudante Danilo Mateus, de 17 anos.

A situação obrigou a gerência do pronto-socorro Vicente de Carvalho, localizado no bairro Pae Cará e um dos que estavam atendendo as vítimas da intoxicação, a fechar as portas e transferir os nove pacientes internados, assim como seus três médicos, para a UPA Jardim Boa Esperança e para o pronto-atendimento Rodoviária. 

Antes do fechamento, atendeu 30 pessoas intoxicadas. Uma delas foi uma idosa de 77 anos que não conseguia falar, por falta de ar. O neto dela, o motorista Hermann Germano Correa, de 30 anos, socorreu a avó, o tio e o pai, portador de deficiência. “Deu um desespero e uma revolta. Você vê o bairro todo tomado, todo mundo saindo nas ruas e sem ter pra onde ir, nenhuma orientação.”

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