Folia nas ruas de SP continua até domingo

Para a Prefeitura, carnaval já é o evento mais lucrativo da cidade, ao gerar mais receita e atrair público de fora maior do que Fórmula 1

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Por e Edison Veiga
Atualização:

SÃO PAULO - "Quarta-feira sempre desce o pano”, lembra Chico Buarque em Sonho de Um Carnaval. Para os paulistanos, entretanto, a quaresma não interrompe a festa. Sessenta blocos estão previstos para agitar a cidade no próximo fim de semana e os foliões já fazem planos de segui-los. Para a Prefeitura, o carnaval de São Paulo já é o evento turístico mais lucrativo da cidade, ao gerar mais receita e atrair um público de fora maior do que a Fórmula 1, que até então ocupava esse posto.

“Já estou me programando. Sábado quero estar em um bloco na Santa Cecília”, diz a estudante Larissa Almeida, de 16 anos. Carioca radicada aqui há menos de um ano, a atriz e produtora Tamires Moreira, de 21, está curtindo como nunca a folia. “É uma atmosfera diferente do Rio, mas muito legal”, comenta. “Claro que irei no fim de semana. Se tiver carnaval o ano inteiro, vou no ano inteiro.”

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Os estudantes de medicina Lucas Vianna, de 21 anos, Lukas Salles, de 20, e Clara Deucleciano, de 20, também não deixam de elogiar o carnaval de rua paulistano. “Claro que vamos curtir muito no sábado”, diz Vianna. “Estamos indo sempre nos mais movimentados de cada dia”, conta Salles, dando a receita de como eles se programam. 

Nesta terça-feira, 9, o destaque foi o Bloco Tô de Bowie, que atraiu 28 mil pessoas no centro. Em um resumo do fenômeno chamado “carnaval de rua de São Paulo”, uma multidão seguiu um trio elétrico em cortejo pelo centro cantando e dançando adaptações de hits de um dos maiores ídolos da música pop mundial, David Bowie (1947-2016). 

“O carnaval de São Paulo tem espaço para essas homenagens. Não é só samba”, disse um dos organizadores do bloco, o designer Renato Souza, de 27 anos. E, se Bowie era o “camaleão do rock”, nada melhor do que sua própria história para inspirar fantasias – a que mais se repetia era a pintura de um relâmpago vermelho na face, como na capa do disco Aladdin Sane (1973). 

Bloco Unidos do Swing desfila pela Praça Roosevelt, Rua da Consolação, Xavier de Tolego, largo da Memória e Vale do Anhangabaú, tocando marchinhas e jazz Foto: Tiago Queiroz/ Estadão

Entre o público, alguns admitiram estar no carnaval pela primeira vez. “Nunca fui de curtir carnaval. Decidi que este bloco merecia”, disse a estudante Julia Amato Mantegari, de 17 anos. “Não tenho nada contra carnaval, mas é a primeira vez que topo vir a um bloco”, comentou a também estudante Beatriz Benedetti, de 18 anos. De tão lotado, o bloco fez surgir festas paralelas, nos bares pelo caminho. Terminou no Vale do Anhangabaú, às 19 horas. 

Balanço. O prefeito Fernando Haddad disse nesta terça-feira que “tinha certeza” de que este foi “um dos melhores carnavais da história da cidade” por causa da organização. “Os blocos não foram capazes de estimar seu próprio sucesso e tiveram de se adaptar, com apoio da Prefeitura.”

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Ele destacou que o papel da Prefeitura é mediar a vontade dos foliões de festa e o desejo de tranquilidade de moradores. Para a Prefeitura, até o fim de semana, o público chegará a 2 milhões de pessoas, com receita de R$ 400 milhões e 40 mil visitantes de fora da cidade.

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