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Final não deixou dúvida do estilo obra de folhetim

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Por Redação
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Crítica: Cristina PadiglioneJJJJ ÓTIMOJJJJ ÓTIMOO fruto não cai longe da árvore. Se o autor João Emanuel Carneiro passou 178 capítulos flertando com o ritmo de seriado, ao criar situações com início, meio e quase fim em cada episódio, o 179.º e último capítulo não deixou dúvidas de que Avenida Brasil é obra feita do mais clássico folhetim. Vilã que assegurou uma vaga na galeria das maiores malvadas do gênero, Carminha (Adriana Esteves) teve um surto de justiça e redenção, como pediria qualquer último capítulo de novela. "Gente como a gente tem de pagar pelo que fez", disse a megera arrependida ao pai, Santiago (Juca de Oliveira). Carmen Lúcia então salvou a ex-enteada, Nina (Débora Falabella), encerrando o duelo traçado ao longo de oito meses, e admitiu a Tufão (Murilo Benício) que o amou, a seu modo. E dá-lhe solo de violino, casamento e gravidez, tudo cena de último capítulo. Carmen Lúcia, que por várias ocasiões jurou que não desiste nunca, colocou-se à disposição das algemas e confessou a autoria do assassinato de Max (Marcello Novaes).A revelação de que o pai de Carminha era o monstro maior, até então oculto aos olhos do espectador, deu uma pitada mexicana a Avenida Brasil, mas não lhe tira os méritos que fazem do título uma referência para a inovação do gênero. No lugar dos inverossímeis jograis que antes exigiam que cada ator esperasse a sua vez de falar, a novela aproximou a sala de estar da ficção da sala de estar da vida real. Todos falam ao mesmo tempo e, mesmo assim, são compreendidos pelo espectador.O subúrbio não só ganhou protagonismo, como relegou a zona sul carioca ao posto da chacota. Embora muito se diga que o sucesso da novela está na identificação do Divino com a nova classe C, foi no segmento AB que Avenida Brasil levou pequena vantagem sobre a antecessora, Fina Estampa. A fatia de classe C no Ibope foi a mesma, da Barra da Tijuca de Tereza Cristina ao Divino da vez.A trilha sonora fez jus ao gosto popular, ousando sofisticação na trilha incidental. E o elenco, protagonista absoluto da produção, há de causar crise de abstinência em quem se acostumou a ver Leleco (Marcos Caruso), Carminha, Adauto (Juliano Cazarré), Zezé (Cacau Protásio) e companhia às 9 da noite.

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