Famílias de vítimas da PM pedem paz

Grupo fez caminhada e lançou um manifesto

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Por Redação
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"Eu quero ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar..." Foi cantando Roberto Carlos que amigos e parentes de Ricardo Prudente de Aquino, de 39 anos, protestaram ontem no Ibirapuera e lembraram a morte dele em uma ação da Polícia Militar, no dia 18. O ato reuniu mais de 200 pessoas, no Parque do Ibirapuera, zona sul da capital.

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Portando faixas e cartazes com mensagens de protesto, e vestindo uma camiseta com a inscrição "Quero mais, quero paz", o grupo caminhou pelo parque por volta das 10h. Ao fim da passeata, os parentes do publicitário leram um manifesto. "Ricardo foi morto sem chances de defesa. Menos de 24 horas depois, Bruno Vicente de Gouveia (de 19 anos, baleado e morto por PMs dentro de um carro em Santos) também foi morto. Quantos Ricardos e quantos Brunos terão de morrer para que se mude essa situação?", questionou a mulher de Aquino, Lélia Pace de Aquino, de 35 anos.

A mãe do publicitário, Carmen Sacramento, também leu parte do manifesto. "Que os maus policiais sejam exonerados e não remanejados para áreas administrativas", afirmou. Porta-voz da família junto à imprensa, a irmã da vítima, Fernanda Aquino, de 36 anos, comentou sobre a libertação dos policiais envolvidos na ação que terminou com a morte do publicitário. "A família está indignada, espera que alguma coisa seja feita, mas nosso movimento não é sobre isso. É para chamar a atenção do governo para as coisas que estão acontecendo", disse.

O evento também atraiu parentes de outras vítimas de ações policiais equivocadas. "Vim aqui me juntar à mãe do Ricardo e a outras mães, para que isso não aconteça mais", disse a nutricionista Simone Fernandes Bispo, de 38 anos. Simone é mãe do adolescente Vitor, de 14 anos, que foi morto por policiais militares no dia 13 de abril, durante outra abordagem com final trágico, em São Mateus, na zona leste.

Parentes do técnico Peterson Magalhães, de 29 anos, também pediram Justiça pela morte dele por PMs em 23 de junho. "Ele foi morto igual ao Ricardo. Os policiais pararam o carro dele e atiraram no para-brisa", afirmou o tio do rapaz, o empresário Magno de Magalhães Moreira, de 41 anos. /A.R.

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