Empresa oferece 'delivery' para quem bebeu

Motorista vai ao bar e leva o cliente em seu próprio carro até em casa; serviço é inspirado em prática estrangeira

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Por Diego Cardoso
Atualização:

Enquanto os bares tentam recuperar os clientes afugentados pelas novas regras da lei seca, os motoristas procuram opções para aproveitar a noite sem culpa. No último domingo, o bancário Felipe Smid foi ao Melograno, na Vila Madalena, sem a intenção de beber. Lá, viu o flyer do SaideraClub, serviço criado em fevereiro que oferece um motorista particular para ir ao bar e conduzir o veículo do cliente até em casa, e resolveu experimentar.

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"Se eu vou de táxi, fica bem mais caro. Fora que meu carro veio junto, não preciso ir buscá-lo no estacionamento. Fiquei bem mais sossegado", disse o morador do Jardim Marajoara, na zona sul.

O SaideraClub foi inspirado no ScooterMan: uma empresa estrangeira de "personal chauffeur". Lá, os motoristas vão até o bar com uma scooter desmontável, que cabe no porta-malas do veículo do cliente. "No Brasil, se você pegar um automóvel de porta-malas pequeno, não dá para executar o serviço", explica Julio Cesar Martins, um dos sócios da empresa.

No lugar da moto, Martins usa um carro com cinco motoristas - um deles fixo, responsável por buscar os colegas, e outros quatro livres para atender às demandas. O motorista vai até o cliente e faz um check-in do veículo, marcando todos os riscos, partes amassadas e objetos pessoais. Ele leva então o cliente para casa, liga para a central e é resgatado.

O motorista interessado no SaideraClub pode contratar o serviço antes de sair de casa ou chamá-lo de última hora, por um valor mais elevado. Nas quartas e quintas-feiras, a empresa recebe entre sete e 12 chamados. Já no final de semana, Martins chega a atender 25 pedidos. Só na Vila Madalena, quatro bares estão negociando uma parceria com o personal chauffeur de baladas.

No Melograno, o sócio-gerente Sidnei Domingues oferece o serviço aos clientes e, se houver interesse, pode passar o valor no próprio sistema de cobrança. Segundo ele, essa é uma das alternativas após o endurecimento da lei seca. "Enquanto alguns choram, outros investem e vendem o lenço."

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