Empresa diz que ônibus trafegava a 41 km/h no momento do acidente
Segundo a companhia, o tacógrafo do veículo registrou 41km/h no momento do acidente; empresa destacou que motorista, morto no acidente, era 'profissional exemplar'
PUBLICIDADE
Por Isabela Palhares e Reginaldo Pupo
Atualização:
A União do Litoral, proprietária do ônibus que tombou nesta quarta-feira, 8, na Rodovia Mogi-Bertioga, litoral de São Paulo, informou que o tacógrafo do veículo registrou 41km/h no momento do acidente e que a máxima permitida na Rodovia é de 60km/h.
A empresa informou ainda, por meio da assessoria de imprensa, que o coletivo havia passado por manutenção preventiva há 15 dias e por todas as vistorias de órgãos fiscalizadores, como a Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
PUBLICIDADE
A companhia negou que o veículo de prefixo 4.900 trafegasse em alta velocidade. "Isso seria difícil, já que o trecho era de serra e trafegar em alta velocidade traria riscos", destacou por meio da assessoria de imprensa. De acordo com a companhia, a velocidade máxima permitida na Rodovia é de 60km/h e o tacógrafo do coletivo teria registrado 41km/h no momento da tragédia. "Mas temos que aguardar a perícia para saber as reais causas do acidente".
A União do Litoral não soube precisar quantos alunos havia no coletivo. "Até o momento, chegamos a 32 pessoas. Quarenta e seis é a capacidade do ônibus", informou.
Familiares e vítimas do acidente na Rodovia Mogi-Bertioga
1 / 8Familiares e vítimas do acidente na Rodovia Mogi-Bertioga
Josefa Margarida Braz, de 39, é irmã do pedreiro Damião Nunes Braz, 33, estudante de Engenharia Civil
Josefa Margarida Braz, de 39, é irmã do pedreiro Damião Nunes Braz, 33, estudante de Engenharia Civil Foto: Maurício de Souza
Marcos Oliveira dos Santos, de 49, é pai da estudante Gabriela Silva Oliveira dos Santos, que morreu no acidente
Marcos Oliveira dos Santos, de 49, é pai da estudante Gabriela Silva Oliveira dos Santos, que morreu no acidente Foto: Maurício de Souza
IML de Guarujá recebeu os corpos dos estudantes após acidente na Rodovia Mogi-Bertioga
IML de Guarujá recebeu os corpos dos estudantes após acidente na Rodovia Mogi-Bertioga Foto: Maurício de Souza
Estudante Rita de Cássia, de 19 anos, morreu no acidente
Estudante Rita de Cássia, de 19 anos, morreu no acidente Foto: Maurício de Souza
Otacílio Pereira e Maria Alves são pais de Rita de Cássia, de 19 anos, morta no acidente
Otacílio Pereira e Maria Alves são pais de Rita de Cássia, de 19 anos, morta no acidente Foto: Maurício de Souza
Pedreiro Damião Nunes Braz, de 33, era estudante de Engenharia Civil e morreu no acidente
Pedreiro Damião Nunes Braz, de 33, era estudante de Engenharia Civil e morreu no acidente Foto: Maurício de Souza
Reprodução de documento da estudante Gabriela Silva Oliveira dos Santos
Reprodução de documento daestudante Gabriela Silva Oliveira dos Santos Foto: Maurício de Souza
Movimentação no IML de Guarujá dos familiares de estudantes mortos em acidente
Movimentação no IML de Guarujá dosfamiliares de estudantes mortos em acidente Foto: Maurício de Souza/Estadão
'Motorista exemplar'. A transportadora também negou que teria ocorrido uma discussão entre o motorista e os estudantes, situação que chegou a ser cogitada por alguns dos sobreviventes.
Ademir Pedralli, pai de um estudante que teve ferimentos graves e permanecia internado no Hospital Santo Amaro no Guarujá, disse ter ficado sabendo que uma estudante discutiu com o motorista do ônibus minutos antes do acidente. Ela teria reclamado que o condutor estava em alta velocidade.
"Na hora do acidente não tinha neblina nenhuma (na rodovia). Segundo os alunos dos outros ônibus, esse ônibus estava em uma velocidade tremenda, tinha até uma moça que reclamava muito com o motorista e (dizia) que ele corria muito. Eles entraram até em discussão", disse o pai, em entrevista a Rádio Estadão.
Publicidade
Segundo parentes de estudantes, o condutor Antonio Carlos da Silva, que morreu no acidente, costumava "correr muito" e fazer ultrapassagens perigosas. "A pasta profissional do motorista é exemplar e não há nenhuma reclamação de alunos. Inclusive, alguns alunos de outras linhas irão prestar uma homenagem a ele com um minuto de silêncio", disse a empresa.
A União do Litoral informou que acionou a seguradora, que está providenciando o sepultamento das vítimas, além de apoio médico para o caso de tratamentos especializados e transferências hospitalares.
Acidente com ônibus universitário na Rodovia Mogi-Bertioga
1 / 7Acidente com ônibus universitário na Rodovia Mogi-Bertioga
Veículo transportava estudantes do litoral norte a Mogi das Cruzes
Os motivos que levaram o motorista do coletivo, um fretado de prefixo 4900, perder o controle, ainda sãoinvestigadas;o condutor morreu na tragédia Foto: José Patrício/Estadão Conteúdo
Veículo transportava estudantes do litoral norte a Mogi das Cruzes
O acidente aconteceuno km 84 da rodovia, entre as cidades de Mogi das Cruzes e Bertioga Foto: José Patrício/Estadão Conteúdo
Veículo transportava estudantes do litoral norte a Mogi das Cruzes
A maioria dos estudantes tinha entre 20 e 22 anos eestava dormindo no momento do acidente Foto: José Patrício/Estadão Conteúdo
Veículo transportava estudantes do litoral norte a Mogi das Cruzes
Segundo os bombeiros, o motoristaperdeu o controle do veículo, colidiu de frente com um rochedo na pista contrária e caiu em uma ribanceira Foto: José Patrício/Estadão Conteúdo
Caminhão bate em viaturas de resgate
Um caminhão desgovernadobateu em duas viaturas do Corpo de Bombeiros que seguiam para atendimento das vítimas do acidente de ônibus na Rodovia Mogi-Be... Foto: José Patrício/Estadão ConteúdoMais
Damião Nunes Praz
A doméstica Josefa Margarida Praz, de 39 anos, mostra a foto do irmão, o ajudante de pedreiro Damião Nunes Praz, de 33, vítima do acidente de ônibus n... Foto: Maurício de Souza/EstadãoMais
Veículo transportava estudantes do litoral norte a Mogi das Cruzes
Um ônibus da Companhia União Litoral, com pelo menos 46 pessoas a bordo,capotou na noite de 8 de junho Foto: José Patrício/Estadão Conteúdo
Perícia. Em Bertioga, o delegado Fábio Pierre, que iniciou as investigações sobre as causas do acidente, afirmou que será "difícil" realizar a perícia no ônibus por causa do estado de destruição do veículo.
"Mesmo assim, vamos tentar periciar a barra de direção e o sistema de freios. Não descartamos também a possibilidade de o motorista ter dormido ao volante. Nenhuma hipótese será descartada e vamos montar este quebra-cabeças", destacou Pierre.