SÃO PAULO - O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), voltou a ser alvo de protestos contra o aumento da velocidade permitida nas Marginais durante a inauguração da Praça Ayrton Senna, junto ao Modelódromo do Ibirapuera, no Paraíso, zona sul de São Paulo, nesta segunda-feira, 1º.
Os cerca de dez manifestantes que foram ao local criticaram as mortes de trânsito registradas após a mudança no limite de velocidade nas Marginais e também pediram a manutenção das ciclovias. Eles voltaram a levar flores para o prefeito, mas foram impedidos. Neste domingo, o prefeito atirou da janela do carro flores amarelas entregues por uma cicloativista.
O psicólogo Gabriel Siqueira disse ter sido agredido a bandeiradas quando tentou entregar flores no momento em que Doria chegou à praça junto com o vice-prefeito, Bruno Covas. Siqueira disse que, na confusão, não conseguiu identificar o agressor.
"As políticas da atual gestão, com aumento de velocidade e retirada das ciclovias, prejudicam a segurança de ciclistas e pedestres", criticou o ativista, acrescentando que levou as flores em lembrança dos mortos em acidentes nas marginais.
Mais tarde, no palco que reuniu autoridades na cerimônia de inauguração da praça, Doria entregou flores a Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna.
"São as flores do bem, não são as flores de uma agressão, não são as flores de um protesto, são as flores do bem para pessoas do bem, que tem o Brasil no coração, não tem ódio. As flores, aliás, foram feitas para isso, para dar a quem de fato merece", afirmou Doria, em menção ao episódio de domingo, ao homenagear a irmã do piloto de Fórmula 1, que morreu em acidente no GP de San Marino, há 23 anos.
"Não será nenhum ativista, arrivista, petista ou qualquer outro 'ista' que vai me colocar na parede não, nem com flores, nem com gritos", disse em seu discurso. "Aquelas flores do mal que quiseram me dar ontem, eu dedico ao Lula, à Dilma e aos 14 milhões de desempregados do Brasil."
Também empunhando flores, o professor Marcos de Luca disse que foi à praça em nome dos mortos no trânsito da capital paulista. Segundo ele, Doria insiste em não reconhecer essas vítimas como resultado dos novos limites de velocidade. "Se as velocidades fossem mais baixas, as fatalidades seria menores", afirmou o manifestante.