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Doria demite secretário do Verde, o quarto a cair em 8 meses

Gilberto Natalini (PV) enfrentava atritos com a Prefeitura por questões técnicas; Doria buscava espaço para abrigar o PR no primeiro escalão municipal

Foto do author Pedro  Venceslau
Por Bruno Ribeiro , Fabio Leite e Pedro Venceslau
Atualização:
O prefeito João Doria (PSDB) lança o programa Corredor Verde, ao lado do secretário do Verde, Gilberto Natalini, que já havia criticado o modelo Foto: Fabio Vieira/FotoRua

Atritos envolvendo projetos e licenças ambientais e uma negociação política feita pelo prefeito João Doria (PSDB) para acomodar mais dois partidos - PR e PSB - na Prefeitura de São Paulo derrubaram o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Gilberto Natalini (PV). Ele deve deixar o cargo na próxima terça-feira e reassumir o mandato de vereador.

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O Estado apurou que um dos fatores que pesaram na saída de Natalini, o quarto secretário a deixar a gestão em oito meses, envolve o licenciamento ambiental de obras. Ele teria denunciado à Controladoria-Geral do Município (CGM) um esquema que fraudava licenças para viabilizar edificações irregulares. Doria ouviu a queixa e teria dito ao secretário que o caso será investigado pelo novo controlador, Guilherme Mendes, que assumiu nesta sexta-feira, 18.

Segundo o Estado apurou, o prefeito estava descontente com o trabalho de Natalini, que teria dificultado o licenciamento ambiental de obras e não conseguiu contratar os serviços de zeladoria dos parques. A licitação foi suspensa em março pelo Tribunal de Contas do Município (TCM).

Outro ponto de desgaste envolveria o chamado Corredor Verde na Avenida 23 de Maio, inaugurado neste mês. O jardim vertical nos muros da avenida foi feito usando regras de um Termo de Compensação Ambiental (TCA) por cortes de árvores feito na gestão Fernando Haddad (PT), criticado por ambientalistas e contestado na Justiça por Natalini, vereador na época. Apesar da crítica, Doria disse ao secretário que vai expandir a ideia.

Arranjo. Desgastado, Natalini virou “solução” para uma minirreforma que Doria já pretendia fazer em seu secretariado para abrigar o PSB, que ficou sem cargo após a saída de Eliseu Gabriel em julho, e o PR, que apoiou Haddad na eleição. A adesão do PR ao governo Doria foi selada em almoço do prefeito com o presidente da sigla, Antonio Carlos Rodrigues, no início do mês. A pasta que será dada ao PR, que tem quatro vereadores na Câmara, deve ser anunciada neste sábado, 19, em almoço de Doria com os parlamentares aliados. O tucano quer aprovar ainda neste semestre o pacote de concessões e privatizações.

Procurado, Doria disse que “tem profundo respeito, admiração e amizade pessoal com Natalini”. Ele, por sua vez, não quis se manifestar.

Além de Natalini e Eliseu Gabriel, ex-secretário do Trabalho, também deixaram a Prefeitura as vereadoras Soninha Francine (PPS), ex-Assistência Social, e Patrícia Bezerra (PSDB), ex-Direitos Humanos. Nesta sexta, Doria também trocou dois prefeitos regionais, na Penha e na Vila Prudente.

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