SÃO PAULO - A Prefeitura de São Paulo criou nesta quarta-feira, 21, uma comissão permanente para processar as doações recebidas do setor privado pela gestão João Doria (PSDB). Passados seis meses de governo, a decisão foi anunciada pelo prefeito como uma medida para garantir um "cuidado maior" com as doações, que viraram uma marca do governo do tucano.
"A velocidade e a intensidade dos investimentos no setor privado vêm crescendo, e isso vem exigindo um cuidado maior, umaatenção maior, uma zeladoria melhor", disse o prefeito, aodizer que a comissão é um passo seguinte à criação de uma secretaria especial para cuidar dos "investimentos sociais", cujo titular será Claudio Carvalho, ex-executivo do grupo Cyrella - que já chegou a doar à Prefeitura.
A comissão terá prazo de três dias para dar seus pareceres para as doações recebidas, segundo decreto publicado no Diário Oficial da cidade desta quarta. O grupo receberá e irá analisar a documentação de empresas interessadas em fazer investimentos públicos e ficará encarregada de publicar no Diário Oficial cada proposta recebida.
Doria comentou a criação da comissão durante evento na sede da Prefeitura que anunciou investimento de R$ 5 milhões de empresas italo-brasileiras na recuperação de três praças públicas da cidade: a Praça Ramos de Azevedo, nocentro, e as Praças Cidade de Milão, na zona sul, e do Imigrante Italiano, zona oeste.
O prefeito defendeu a política de buscar recursos privados por meio de doações citando um já anunciado déficit de R$ 7,5 bilhões no orçamento da cidade para este ano. O dinheiro é a diferença entre o Orçamento aprovado pela Câmara Municipal e os valores que de fato serão arrecadados neste ano.
O prefeito argumenta que as doações não têm nenhuma contrapartida do poder público, mas a política já foi alvo de representação feitas por grupos de oposição ao Ministério Público Estadual, que a acompanha.