'Doença tem deixado de ser prioridade'

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Por Redação
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Depois de pedir demissão do cargo de diretor adjunto do Departamento de DST Aids e Hepatites Virais, Eduardo Barbosa avalia: a polêmica peça da campanha voltada a profissionais do sexo "Sou feliz sendo prostituta" pode ter sido um exagero. "Nem toda prostituta é feliz. Ser prostituta não é fácil." Ele diz ter pedido o afastamento por questões de índole e ideal. A seguir, principais trechos da entrevista.Por que o senhor afirma que o programa passou a ficar travado?Há um nivelamento por baixo. O Departamento de aids é uma referência mundial, algo que incomoda, mesmo dentro do ministério. De dois anos para cá, a pressão aumentou, as coisas pioraram, o departamento perdeu espaço. A aids deixou de ser prioridade?Apesar dos esforços do departamento, ela tem perdido, sim, espaço. Isso pode ser visto, por exemplo, nos recursos para campanhas de massa. Sem falar no conteúdo, o esforço para que direitos humanos não sejam abordados nas campanhas. Eles são essenciais, são um dos pilares do nosso trabalho.E a campanha das prostitutas?A questão de valorização e do resgate da autoestima é essencial. Ao se reconhecer como cidadã, ela procura a proteção, ela busca ajuda. Esse era o objetivo da mobilização. Era uma mobilização, não uma campanha.

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