Descoberta Imperial

Exumação dos restos mortais de D. Pedro, D. Leopoldina e D. Amélia reescreve capítulos da história

PUBLICIDADE

Por Edison Veiga
Atualização:

Foram poucas as testemunhas das exumações dos restos mortais dos membros da família imperial brasileira, realizadas para estudos pela primeira vez em quase 180 anos, entre fevereiro e setembro de 2012. Sob sigilo, trabalharam na operação arqueólogos, médicos, historiadores e restauradores, entre outros profissionais. Os “menos de 10” que estavam na cripta do Ipiranga - no Parque da Independência, próximo do Museu Paulista - quando foi exumada a segunda mulher de d. Pedro I, a imperatriz Amélia de Leuchtenberg, puderam participar de uma estranha comemoração: a festa de 200 anos da nobre, “de corpo presente”.

PUBLICIDADE

Era 31 de julho, data do aniversário de Amélia. “Velinhas rosas ornavam um suculento bolo de chocolate da Padaria Maria Louca. Afinal, não é a avó que geralmente é a boleira da família?”, diz o historiador e arquiteto Paulo Rezzutti, de 42 anos. 

Revelado com exclusividade pelo Estado, o processo foi conduzido pela historiadora e arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel, com o apoio da Faculdade de Medicina da USP. O estudo mostrou que d. Pedro I tinha quatro costelas fraturadas do lado esquerdo, o que praticamente inutilizou um de seus pulmões - fato que pode ter agravado a tuberculose que o matou, aos 36 anos, em 1834.

A pesquisa também desmente a versão histórica de que a imperatriz Leopoldina teria caído, ou sido derrubada, de uma escada no palácio da Quinta da Boa Vista. Segundo a versão, ela teria fraturado o fêmur. Nas análises, porém, não foi constatada nenhuma fratura.

No caso da segunda mulher do imperador, a descoberta mais surpreendente veio na abertura do caixão: d. Amélia está mumificada, fato desconhecido em sua biografia. Agora, a pesquisadora Valdirene pretende estudar outros membros da família imperial.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.