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Uma pessoa morre e cinco ficam feridas em desabamento no Itaim Bibi, zona oeste de SP

Desabamento ocorreu no estande de vendas de um empreendimento de alto padrão da construtora Cyrela

Por Fabio Leite , Isabela Palhares e Lucas Hirata
Atualização:
Bombeiros fazem resgate de vítimas após desabamento no Itaim Bibi, em SP Foto: MARCELO GONÇALVES

SÃO PAULO - Um megaestande de vendas de um prédio de luxo que será construído na Vila Olímpia, zona sul de São Paulo, desabou na manhã desta sexta-feira, 22, deixando um pedreiro morto e outros cinco operários levemente feridos. O acidente aconteceu por volta das 9 horas, no terreno da Construtora Cyrela entre as Ruas Michel Milan e Quatá. As causas ainda serão investigadas pela Polícia Civil. A Prefeitura apura se a obra de desmontagem da estrutura estava de acordo com o alvará. 

A vítima foi o gesseiro Antônio Soares do Nascimento, de 38 anos, que nasceu no pequeno município de Boa Hora, no interior do Piauí, e morava havia cerca de 20 anos em São Paulo, onde sempre trabalhou na construção civil. Ele deixa quatro filhos: o mais velho, de 18 anos, também trabalhava no estande que desabou, mas não se feriu, segundo familiares que foram nesta sexta ao local do acidente.

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“Escutei um estrondo muito forte. Quando olhei, vi tudo vibrando, parecia um terremoto. Depois desabou de uma vez. Tinham dois rapazes lá em cima que começaram a gritar. Um deles pulou para se salvar”, disse José Pacheco, de 45 anos, fiscal de um ponto de ônibus na frente da obra, na Rua Michel Milan. Foi ele quem acionou o Corpo de Bombeiros, que usou dois cães farejadores para encontrar as vítimas entre os escombros. O trabalho demorou três horas.

Os operários são funcionários da empresa ICR Construção Racionais, contratada pela Cyrela para montar e desmontar o estande, que tinha dois pavimentos e a reprodução de um apartamento decorado. No terreno, de 5.650m ², será construído um único prédio com 55 apartamentos de altíssimo padrão. São unidades de 270 m² e 340 m² e cinco vagas na garagem, com preço mínimo de R$ 7 milhões. Batizado de One Sixty, em referência aos 160 metros de fachada, o empreendimento foi lançado pela Cyrela em outubro de 2015.

Perigo. Segundo o coordenador da Defesa Civil, Milton Persoli, a estrutura que sobrou ainda corre risco de desabamento e o local ficará interditado por tempo indeterminado para perícia. Ele chamou a atenção para a ausência das cópias do alvará e do projeto da obra do estande no local, prevista em lei. “Agora é uma fase de interdição e avaliação de toda documentação da obra, das autorizações e projetos existentes, para que a gente possa identificar e tomar as providências necessárias”, disse.

Em nota, a Cyrela afirma que “lamenta profundamente o ocorrido” e “está prestando toda assistência às vítimas e suas famílias e auxiliando as autoridades na investigação”. Segundo a construtora, o estande estava fechado desde quarta-feira para sua demolição parcial, antes de dar início às obras do projeto, e todas as licenças envolvendo o estande estão “dentro da regularidade e da validade”. A Prefeitura informou que vai chamar o engenheiro da ICR para comprovar que respeitou o alvará e justificar o ocorrido. 

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