Crianças feridas em incêndio na Penha permanecem internadas em estado grave

Dois irmãos de três e quatro anos tiveram entre 30% e 60% do corpo queimado

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Por Laura Maia de Castro
Atualização:

SÃO PAULO - Os dois irmãos de três e quatro anos que ficaram feridos no incêndio da Favela Portelinha da Penha, na zona leste de São Paulo, na tarde dessa quarta-feira, 2, permanecessem internados em estado grave na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI)do Hospital Municipal do Tatuapé. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o próximo boletim com o estado de saúde das crianças só será divulgado no início da tarde.Eles tiveram entre 30% e 60% do corpo atingido por queimaduras de segundo e terceiro grau.

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O incêndio destruiu cerca de 90% da favela que tinha 400 barracos. Ao todo, seis pessoas ficaram feridas. Moradores relataram que os bombeiros demoraram a atuar, mas a corporação nega. Depois que o fogo foi controlado, um princípio de tumulto terminou com a Polícia Militar lançando bombas e disparando balas de borracha.

Segundo os bombeiros, a distribuição da favela - um largo corredor às margens do Córrego Aricanduva - dificultou o acesso ao fogo. "Não houve demora para o atendimento", disse o tenente-coronel Alexandre Augusto de Souza.

Tumulto. O confronto começou enquanto os bombeiros faziam o trabalho de rescaldo. Um grupo que gritava "moradia" lançou pedras e um tênis em uma linha de policiais que impedia a aproximação dos moradores. A resposta foi a utilização de armas não letais. Depois disso, os ânimos se acalmaram.

O fogo teria começado pouco depois das 15h, em um barraco onde duas crianças estariam sozinhas. Nem bombeiros nem Defesa Civil confirmam a versão, que será apurada pela Polícia Civil.

O Viaduto Engenheiro Alberto Badra ficou interditado enquanto as chamas eram extintas. É o terceiro incêndio na favela, que existe há quatro anos. "Na outra vez, a gente ficou apertado, sem ter para onde ir, então reconstruímos tudo. Vamos fazer isso de novo. Não temos outro lugar para ir", disse o estudante Alan Daniel Peixoto, de 17 anos, morador do local.

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