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Corregedoria apura recebimento de propina por delegado em SP

Dinheiro de empresas encarregadas de vistoriar veículos em São Manuel era colocado na caixa de correio da casa do suspeito

Por Chico Siqueira
Atualização:

ARAÇATUBA - A Corregedoria da Polícia Civil apurou que o delegado José Mário Toniato, da Ciretran de São Manuel, no interior de São Paulo, recebia na caixa de correio as propinas pagas por empresas encarregadas de fazer vistorias nos veículos da cidade. O delegado foi preso na última sexta-feira por corrupção passiva. A determinação foi feita pelo juiz da 1ª Vara Criminal de São Manuel, Josias Martins de Almeida Júnior, que entendeu que o delegado poderia coagir testemunhas.

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De acordo com denúncias e depoimentos de testemunhas, o delegado cobrava uma taxa de R$ 10 para cada veículo vistoriado. A cobrança teria ocorrido entre 2011 e 2013 em duas empresas autorizadas a prestar o serviço. Em média, cerca de 500 vistorias eram realizadas por mês na cidade. 

Segundo as denúncias, primeiro a cobrança era feita dentro da própria delegacia, mas depois, por segurança, o pagamento passou a ser feito em envelopes deixados na caixa de correspondência da casa do delegado. Se a propina não fosse paga, o delegado ameaçava dificultar a liberação dos documentos dos carros.

A Corregedoria investigava o caso desde setembro do ano passado, quando o delegado foi afastado do cargo. Durante as investigações, foram apreendidos materiais e documentos em uma das empresas envolvidas. Entre os documentos, estavam recibos de pagamento de parcelas de financiamento de dois carros do delegado, que teve os sigilos bancário e telefônico quebrados.

Nesta terça-feira, o Tribunal de Justiça negou pedido de liminar de habeas corpus para Toniato. A advogada Lélia Leme Sogayar, que o defende, disse que a prisão de seu cliente foi "arbitrária, sem necessidade".

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