Congonhas tem fila de táxi de 40 min

Na hora do desembarque, espera chega a reunir 100 pessoas; já em Cumbica, a principal queixa é em relação ao custo do serviço

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Por Nataly Costa
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A situação é corriqueira para quem chega de viagem a São Paulo: depois de enfrentar atrasos e desconforto nos aeroportos, uma fila imensa para pegar táxi. Em Congonhas, nos horários de pico, a espera chega a 40 minutos - mesma duração de uma ponte aérea Rio-São Paulo. O grande lamento dos passageiros é a falta de opção - se não for táxi ou carro, o jeito é pegar um ônibus de linha até a estação de metrô mais próxima. "Se eu for de ônibus, pego trânsito do mesmo jeito. Como viajo a trabalho e daqui tenho de voltar para o escritório, acabo preferindo o táxi mesmo com a fila", conta o administrador de empresas Júlio Cesar Moreira, de 34 anos. Na quinta-feira, ele aguardava no fim de uma fila de pelo menos mais cem pessoas.No ponto de Congonhas ficam exatos 1.075 táxis, o que para o presidente do Sindicato dos Taxistas de São Paulo, Natalício Bezerra, seria suficiente para a demanda."O problema é a entrada do aeroporto, que tem um acesso estreito. Aí o motorista faz uma corrida até o centro e demora para voltar, por causa do trânsito. Não adianta pôr mais carro, tem é de fazer um corredor de táxi na 23 de Maio", diz. Como conexão expressa, o governo do Estado promete um monotrilho (a Linha 17-Ouro) ligando Congonhas ao Estádio do Morumbi até 2014. Depois, o ramal vai até o Jabaquara, integrando-se com a Linha 1-Azul do Metrô. As obras devem começar em dezembro. Guarulhos. O calvário para sair do aeroporto não é diferente em Cumbica, Guarulhos, a 28 quilômetros do centro da capital. Lá, a distância e o preço são os principais entraves: uma corrida até o Itaim-Bibi, por exemplo, custa R$ 112; para o centro da cidade, R$ 90. Não raro, a parte "terrestre" da viagem chega a extrapolar até o valor da passagem de avião: um voo direto do mesmo aeroporto para Belo Horizonte custa em média R$ 70. Para Brasília, cerca de R$ 80. Hoje, a opção mais barata de transporte até Cumbica é o ônibus de linha da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) que sai da Estação Tatuapé do Metrô e custa R$ 4,05 - mas faz paradas no meio do caminho e, assim como os carros, está sujeito ao trânsito da Marginal do Tietê.A comissária de bordo Adriana Breder, de 35 anos, mora em Boston e, quando vem visitar a família em São Paulo, pega o Airport Bus Service, o serviço de ônibus executivo de Guarulhos para vários pontos da cidade."Tem conforto, mas é caro. Em Boston pago US$ 12 por um ônibus semelhante", conta. Aqui, custa R$ 33 - um aumento de 37% em relação aos antigos R$ 24 cobrados em 2006, quando o serviço começou a operar nos moldes de hoje. "Até a Copa do Mundo, vai custar R$ 100", reclama o representante comercial Aurélio Luiz Bernardi, de 47 anos. É o trajeto aeroporto-centro mais caro do Brasil: em Curitiba, onde a distância do centro até o aeroporto é a mesma de Guarulhos (28 km), o ônibus executivo custa R$ 8. No Rio, R$ 7,50. Segundo a EMTU, o Airport Bus Service é um "serviço diferenciado, criado para atender os usuários do sistema de aviação que buscam mais conforto no deslocamento".

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