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Confronto e destruição marcam maior protesto contra alta da tarifa de ônibus em SP

Ao menos 20 pessoas foram presas em ato que começou na Avenida Paulista, passou pelo centro e retornou à avenida; ônibus e agências bancárias foram depredados

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Por Redação
Atualização:

SÃO PAULO - Após quase seis horas de uma peregrinação que começou na Avenida Paulista, atravessou o centro de São Paulo e voltou para a Paulista, o terceiro e maior protesto do Movimento Passe Livre (MPL) contra o aumento das passagens de ônibus, trem e metrô terminou em confrontos e destruição nesta terça-feira, 11. Entre 10 mil e 12 pessoas participaram do ato, segundo a Polícia Militar, deixando para trás um rastro de depredação. Outro ato semelhante está marcado para a quinta-feira, 13, às 17h.

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Uma bomba caseira explodiu na Estação Brigadeiro do Metrô. A Praça da Sé teve prédios pichados e depredados. Um ônibus foi parcialmente queimado no Parque Dom Pedro II. Pelo menos três ficaram feridos, incluindo um PM e uma pessoa atropelada, e o saldo de presos era de ao menos 20 por volta das 23h, quando o caos foi controlado.

Apesar de causar grandes transtornos no trânsito, fechando um sentido da Consolação e a Radial Leste, a marcha seguiu pacífica até as 19h45. A violência começou quando um grupo de manifestantes tentou invadir o Terminal Parque Dom Pedro II, ateando fogo em um ônibus e em uma caçamba de lixo. A Tropa de Choque reagiu com bombas de gás e balas de borracha e a passeata descambou para o confronto a partir de então. O bloco se dividiu: milhares de manifestantes que desciam a Avenida Rangel Pestana voltaram para a Sé. Parte do grupo seguiu para a Paulista e parte para a Rua Conde de Sarzedas, em direção ao Glicério.

No trajeto da Sé à Paulista, quebraram lixeiras, pontos de ônibus e vidraças de pelo menos nove agências bancárias . No Largo de São Francisco, a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) foi pichada. Na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, houve confusão quando o professor de uma academia de ginástica tentou impedir o vandalismo no estabelecimento.

A marcha, engrossada por representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) e alas jovens do PT e do PSOL, além de estudantes de outros Estados, foi marcada por bloqueios da PM em pontos-chave. Manifestantes começaram a se concentrar às 15h na Praça dos Ciclistas, na Paulista. Às 16h30, o volume de pessoas era tão grande que a via foi bloqueada no sentido Consolação. A intenção inicial - de tomar a avenida, seguir para a Câmara Municipal e terminar no Parque Dom Pedro II - foi frustrada pelo cordão de isolamento da PM.

A chuva que caiu por volta das 18h chegou a dispersar alguns manifestantes, mas outros gritavam "vem para chuva, vem, contra o aumento". A marcha virou na Ligação Leste-Oeste, mas na Avenida 23 de Maio a PM novamente impediu que eles continuassem. O grupo seguiu para a Sé e para o Parque Dom Pedro, onde a Tropa de Choque os esperava.

Líderes do movimento incentivaram manifestantes a realizar novos protestos nesta quarta-feira, 12. Outro ato está marcado para as 17h desta quinta-feira, 13. A campanha contra aumento da tarifa dos transportes púbicos em São Paulo começou na quinta-feira passada, 6, com um protesto que fechou a 23 de Maio, a Paulista e a 9 de Julho. Na sexta-feira, a Marginal do Pinheiros foi bloqueada. Nos dois dias, também houve confronto e destruição.

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A marcha não foi o único protesto do dia. Às 14h40, no vão do Masp, policiais civis pediam aumento, com apoio de docentes, sem-teto e servidores da saúde.

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