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Como esporte, pole dance tem regra de ginástica e nado sincronizado

Quem explica é Vanessa Costa, uma das responsáveis pela criação do código de arbitragem da categoria

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Por Priscila Mengue
Atualização:
Prática acontece em academias especializadas em pole dance Foto: Amanda Perobelli/Estadão

Foi durante sua lua de mel que Vanessa Costa, de 36 anos, descobriu que queria aprender pole dance. A ideia surgiu por acaso ao assistir a um espetáculo do “estilo Cirque du Soleil”. Cerca de um ano depois, em 2008, trocou a carreira de produtora de políticas públicas pela de atleta de pole esporte. Com a experiência fundou a Federação Brasileira de Pole Dance em 2009, que, de cinco fundadores, hoje reúne mais de 300 escolas filiadas.

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Uma das responsáveis pela criação do código de arbitragem da categoria, ela explica que as regras foram inspiradas nas da ginástica olímpica e do nado sincronizado. 

“São modalidades que reúnem rotina coreográfica e também uma parte técnica, com dez movimentos obrigatórios de diferentes graus de dificuldade. Avaliamos a qualidade da execução, se foi precisa, e, a partir disso, damos uma pontuação”, explica Vanessa, que é organizadora do campeonato brasileiro da modalidade.

Hoje, a categoria reúne variantes que vão do “pole fitness” até o “glamour” – que requer uma coreografia –, passando pelo “art”, que conta uma história, o “exotic”, que é mais sensual, e o “street”, que é realizado em postes e outros equipamentos da rua.  “Não deixa de ser a mesma modalidade. Todas as vertentes são acrobacias em uma barra vertical de ferro”, explica Vanessa, que sonha com o dia em que a prática se tornará um esporte olímpico.

Adesão masculina

Como Vanessa relata, o pole dance reúne também adeptos nos públicos infantil, sênior e masculino. Esse é o caso de Michel Nascimento, de 25 anos, que é atleta e professor da modalidade desde 2013. Além de se apresentar na categoria “glamour”, ele também já organizou eventos de “pole street” na Avenida Paulista, com performance em palco móvel e postes da via.  “É uma forma de trazer visibilidade. Não é só feito por mulher, não é só para sensualizar, tanto que o código de arbitragem até proíbe tirar a roupa. Não tem por que ainda haver tabus hoje em dia”, ressalta.

PARA ENTENDER

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Modalidade é comum na Índia

O pole dance moderno tem influências de vários países. Há quase mil anos, na Índia, é praticado o mallakhamb, espécie de ginástica em um poste de madeira com cordas, muito praticada por homens. O formato moderno também foi influenciado pelo estilo burlesco francês e por apresentações de bailarinas americanas das décadas de 1920 e 1930. Há mobilizações para tornar o pole esporte olímpico. 

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