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Com dúvida sobre faixa verde, Haddad pode reformular projeto

Segundo o prefeito de SP, espaço aliviou fluxo dos pedestres, que antes acabavam saindo da calçada para caminhar no asfalto

Por Juliana Diógenes e Fabio Leite
Atualização:

Atualizada às 22h14

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SÃO PAULO - Um mês após o início da implementação da faixa verde exclusiva para pedestres na Avenida Liberdade, no centro de São Paulo, o prefeito Fernando Haddad (PT) disse nesta quarta-feira, 7, que tem dúvidas sobre a eficácia da medida e poderá reformular o projeto. A extensão, de caráter experimental, está sendo feita pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). A previsão de entrega da faixa verde é o fim deste mês. As obras começaram no dia 8 de setembro.

“Aquilo é uma experiência. Estamos verificando se funciona ou não. Eu mesmo estou em dúvida. Mas, como é uma experiência que a CET está fazendo, vamos ver como as pessoas reagem”, disse o prefeito. A faixa é uma extensão da calçada com 750 metros, paralela à ciclovia, entre as Estações São Joaquim e Liberdade do Metrô, no sentido centro. 

Faixa para pedestres na Liberdade foiimplementada ao lado da calçada,paralela à ciclovia Foto: Reprodução/Estadão

De acordo com Haddad, a faixa verde aliviou o fluxo de pedestres, que antes caminhavam no asfalto por falta de espaço. Mas questões como a drenagem podem ser reavaliadas. “É melhor do que estava, porque as pessoas ficavam na rua. Mas acho que na questão da drenagem poderia pensar uma solução diferente. Quem sabe, a partir disso, reformular o projeto. Basicamente, é essa a questão que ficou em aberto.”

Óbvio. Para o consultor em engenharia de transporte Horácio Augusto Figueira, “era óbvio e questão de tempo” para se verificar o problema da drenagem local. “Para resolver, a Prefeitura tem de mudar a drenagem. Se for o caso, pondo grelhas e grades, para que o pedestre ande protegido dos veículos e da água de chuva.” Figueira defende que a Prefeitura não desative a faixa verde e aproveite a extensão para fazer ajustes. “Tem de reconstruir e ampliar a calçada usando engenharia.”

Flamínio Fichmann, arquiteto e urbanista e consultor de engenharia de tráfego, critica a proposta. “Essa faixa certamente foi precedida de uma avaliação muito precária, tímida, sem critério. Tem determinadas coisas que você nem precisa testar para saber se vai dar certo ou não. Sugerir isso como solução permanente é inaceitável.”

Fluxo. Segundo a CET, em alguns pontos o fluxo de pedestres chega a 5,5 mil por hora, como é o caso do trecho que dá acesso à Estação São Joaquim, onde 5% das pessoas caminham pela faixa de veículos. A ideia é que o projeto beneficie diretamente cerca de 10 mil pessoas.

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