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Com aval do MP, madrasta de Isabella Nardoni pede progressão para semiaberto

Defesa de Anna Carolina Jatobá fez pedido à Justiça em abril; promotor Luiz Marcelo Negrini fez parecer favorável à saída do regime fechado

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Por Redação
Atualização:
A menina Isabella Nardoni morreu depois de ser jogada do sexto andar de um edifício na zona norte de São Paulo, em março de 2008. O pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, foram condenados em julgamento realizado em 2010. Foto: FILIPE ARAUJO/AE

SÃO PAULO - A defesa de Anna Carolina Jatobá, condenada pelo assassinato da enteada Isabella Nardoni, de 5 anos, morta em 2008, solicitou à Justiça progressão de cumprimento de pena do regime fechado para o semiaberto. O pedido conta com parecer favorável do Ministério Público Estadual de São Paulo (MPE-SP).

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Levada a júri popular em 2010, Anna Carolina foi condenada a 26 anos e 8 meses por homicídio triplamente qualificado, mas ela já estava presa na Penitenciária Feminina de Tremembé, no Vale do Paraíba, no interior. O marido dela, Alexandre Nardoni, o pai de Isabella, recebeu pena de 31 anos, 1 mês e 10 dias de reclusão.

Ré primária e com bom comportamento na cadeia, Anna Carolina está presa desde o dia 3 de abril de 2008 e pode migrar para o semiaberto após cumprir dois quintos da pena recebida, ou 10 anos e 8 meses de reclusão. Segundo cálculos da defesa, no entanto,ela também tem direito à remissão por ter trabalhado como costureira no presídio, o que permite pedir progressão quase dois anos mais cedo. O pedido foi feito em abril.

Isabella Nardoni tinha apenas 5 anos Foto: Reprodução/Orkut Ana Carolina

Laudos divulgados pelo Fantástico, da TV Globo, mostram que a direção do presídio de Tremembé recomenda a progressão. “Não me sinto culpada, nem arrependida porque sou inocente”, declarou Anna Carolina na avaliação, que compõem o relatório mais recente sobre seu comportamento na cadeia. O documento será analisado pela Justiça, que deve decidir sobre o pedido em dez dias.

Segundo a reportagem, a psicóloga responsável por avaliá-la afirma que, hoje, não haveria possibilidade de Anna Carolina reincidir. “Não podemos prever o futuro, entretanto diante do amadurecimento adquirido com o tempo, sua capacidade de refletir e construção de projetos de futuro nos faz pensar que, neste momento, sua possibilidade de reincidência é nula."

Os laudos foram enviados ao Ministério Público de São Paulo, que recomendou a progressão de pena de Anna Carolina. O parecer favorável é do promotor Luiz Marcelo Negrini, 3º Promotor de Justiça de Taubaté.

No parecer, o promotor destaca que Anna Carolina foi submetida a exame criminológico e que o resultado obtido foi favorável à progressão, "tendo a sentenciada sido avaliada pelo assistente social, psicóloga, psiquiatra, bem como diretoria de disciplina, trabalho e educação, os quais, à unanimidade, se manifestaram pela concessão do benefício".

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O promotor destaca ainda o "comportamento exemplar" de Anna Carolina. "Vale dizer que a gravidade do crime e suas consequências, por mais nefastas e repugnantes que sejam, não podem prevalecer nessa fase, quando não mais consideradas pela lei aplicável para se verificar a possibilidade de progressão", diz o texto. 

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