Cinquentões, carro novo, 12 corridas no dia: é o taxista de SP

Pesquisa sobre o perfil de motoristas da cidade revela que Meriva é o veículo mais utilizado e maioria oferece passatempos a clientes

PUBLICIDADE

Por Artur Rodrigues e Camila Brunelli
Atualização:

Homem na faixa dos 50 anos, com renda mensal entre R$ 3 mil e R$ 4 mil, dirigindo um Meriva. Esse é o perfil do taxista de São Paulo, segundo pesquisa inédita da São Paulo Turismo (SPTuris) divulgada com exclusividade pelo Estado, que mostra ainda que cada motorista faz uma média de 12,4 corridas diárias e atende 13,6 passageiros.

PUBLICIDADE

O estudo foi feito entre 16 e 20 de abril no Autódromo de Interlagos, em parceria com as revistas Táxi! e Táxi Cultura, e ouviu 1.189 taxistas. O objetivo era fazer um diagnóstico do serviço antes da Copa do Mundo de 2014.

Com a maior frota do País, a capital tem 33 mil motoristas de táxi cadastrados e a maioria deles usa veículos novos - 55% dos carros utilizados foram fabricados entre 2010 e 2012. A grande maioria, 75,2% dos taxistas, é dona do veículo - 18,8% são segundos motoristas e 5,9% pertencem a cooperativas. Além disso, 40,6% dos taxistas têm mais de 15 anos de profissão.

"Quando se olha o serviço de táxi do Brasil, não há equivalente ao de São Paulo, tanto em relação ao condutor quando ao veículo", afirma Luiz Sales, diretor da SPTuris.

Passatempos. Apesar de só 0,2% dos taxistas oferecerem um serviço de luxo, a maioria tenta oferecer passatempos aos passageiros - 54,4% têm revistas, 17,2% dispõem de TV e 15,9%, de DVD. Entre os passageiros, 77,4% são paulistanos e 25,6%, turistas. A pesquisa revela também que 41,8% pagam em dinheiro vivo, enquanto os demais utilizam cheques, boletos, cartões ou moeda estrangeira.

A maior parcela dos turistas, segundo a SPTuris, veio a negócios à capital ou para alguma convenção. "A Copa traz um perfil de público diferente, de turismo de lazer, e queremos que o taxista consiga mostrar além da Avenida Paulista ", afirma Sales. Hoje a Paulista é o destino mais procurado pelos turistas (35,2%), seguida pelo Parque do Ibirapuera (22,8%) e pela Rua 25 de Março (8,6%).

Uma das apostas da SPTuris para qualificar a mão de obra paulistana é um programa em que taxistas e familiares poderão entrar de graça nas principais atrações culturais da cidade, como Masp, Museu da Língua Portuguesa e Museu do Futebol.

Publicidade

"Queremos que eles saibam o que tem dentro desses lugares quando o turista perguntar e o que há para fazer na cidade", continua Sales, da São Paulo Turismo. "Ou então, eles vão falar do trânsito..."

O assunto, aliás, é o que mais preocupa os taxistas. "A cidade não comporta mais o grande número de carros que é emplacado todos os dias", afirma Maurício de Oliveira, de 51 anos. Ele é um taxista padrão: 18 anos de profissão e 12 horas por dia atrás do volante de seu Meriva 2010/2011. O carro, segundo ele, "não é muito grande nem muito pequeno e tem um bom porta-malas". "Isso é importante para nós que trabalhamos perto de hotéis", afirma ele, que fica no ponto na Rua Itapeva, na frente do hotel Paulista Wall Street.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.