Lançada no fim de setembro, a campanha Veteranas de Guerra, da Fundação SOS Mata Atlântica mapeou as árvores mais antigas de São Paulo e selecionou 20 delas para tentar despertar nas pessoas a intenção de cuidar das espécies remanescentes da Mata Atlântica em São Paulo.
Baseada no estudo do botânico e ambientalista Ricardo Cardim, a campanha tem um fator de ineditismo, que é o de tratar da vegetação em meio ambiente urbano. "Hoje, oito de cada 10 brasileiros moram nas cidades. Mesmo assim, as pessoas se preocupam com a Floresta Amazônica ou com animais em extinção, mas quase ninguém se lembra de árvores que, em alguns casos, estão ao lado de suas casas", argumenta Cardim.
Uma das selecionadas é a Figueira das Lágrimas, no Sacomã, considerada a mais antiga da cidade já documentada. Situada na estrada que ligava o Porto de Santos à São Paulo do século 19, a figueira demarcava o final da cidade e servia como ponto de referência para viajantes.
"São espécies que sobreviveram a um fator predatório. Elas nasceram quando a cidade era rural e ainda havia Mata Atlântica por todos os lados. Resistiram às transformações e deveriam ser consideradas patrimônio ambiental da cidade", defende o biólogo.
Seleção. Sobre a escolha de focar a campanha em 20 árvores, Cardim diz que a decisão foi tomada porque esse é um número que as pessoas conseguem quantificar. "Claro que tem muitas outras que poderiam entrar na lista e a ideia é aumentar o projeto", conta. "Além de São Paulo, outras cidade, como o Rio de Janeiro, também possuem árvores centenárias que merecem uma campanha como essa." /M.F.