PUBLICIDADE

Casa tinha rotina tranquila e discreta, relatam vizinhos

Conhecidos contam que Buffolo frequentava residência da psicóloga Silvia havia 1 ano e meio. Nunca houve brigas

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Entre vizinhos e colegas, o administrador de empresas Fernando Behmer Cesar de Gouveia Buffolo, de 33 anos, e a psicóloga Silvia Godin, de 44, eram conhecidos por serem bastante reservados. O mecânico Hidday da Costa Bastos, de 60 anos, surpreendeu-se quando viu as pessoas baleadas, cheias de sangue, na frente de sua oficina. Bastos contou que é um apreciador de artes e música e gosta de pinturas, assim como a psicóloga. Isso os aproximava. "Ela saía cedo para o trabalho. Com ele, eu conversa sobre carros, até sobre um que estou restaurando aqui", disse. Segundo o mecânico, o rapaz frequentava a casa da psicóloga havia um ano e meio. Para ele, os dois pareciam namorados.O programador Demian Escobar, de 32 anos, mora a cerca de 50 metros da casa da psicóloga e acordou com os três primeiros disparos. "Saí para ver o que tinha acontecido e, daí, veio mais um disparo, de um calibre maior, parece que da (espingarda calibre) 12", disse.Assustado, o programador tentou proteger-se. "Vi gente sair correndo, com sangue, e entrei em casa", afirmou. Segundo ele, o administrador e a psicóloga pareciam ser "pessoas normais". "Nunca vi brigarem com ninguém na rua, nada disso."O comerciante Autran Oliveira, de 26 anos, conheceu Buffolo quando divulgava os ideais do budismo no bairro. Os dois se tornaram muito próximos e o administrador chegou a frequentar algumas reuniões. Recentemente, porém, estava bastante arredio e se mostrava distante dos amigos. "Desde julho, ele não trabalhava mais. Ninguém mais o via na rua, ficou trancado na casa dessa mulher", disse Oliveira.Transtorno. O cerco policial e a presença da imprensa também alteraram a rotina dos moradores da Aclimação. "Tem barulho de helicóptero sobrevoando desde manhã. Acho um pouco exagerado tudo isso", afirmou a funcionária pública Denise Rodrigues, de 57 anos.Naiara Brito, de 20, chegou cedo a um pet shop na Rua Castro Alves para trabalhar. Foi embora no meio da tarde por falta de clientes. "Não apareceu ninguém. Não dava para chegar", disse. O comerciante Carlos André Monteiro, de 52, estava mais conformado. "Em vista do que está acontecendo, é inevitável essa confusão." / ARTUR RODRIGUES E WILLIAM CARDOSO

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.