Carros esquecidos em represa serão destruídos

Após anos de processos judiciais, quase um terço dos 16 mil veículos empilhados nas margens da Guarapiranga vão se tornar ferro-velho

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Por Luisa Alcalde
Atualização:

A Secretaria da Segurança Pública decidiu destruir veículos há anos recolhidos em pátios privados. São carros apreendidos após serem furtados, roubados, terem o chassi adulterado ou serem objetos de crimes de trânsito. Como os processos judiciais que envolvem esses bens levam anos, os automóveis permanecem nos pátios se deteriorando até que a Justiça decida seu destino.Só que, depois de tanto tempo tomando sol e chuva, eles se descaracterizaram ou foram depenados. Por esses motivos, boa parte não pode sequer ser identificada. Esses veículos terão as carcaças destruídas e o ferro que sobrar será leiloado a interessados na matéria-prima, como siderúrgicas. Nessa situação estão 5 mil dos 16 mil carros do Pátio Santo Amaro, o maior da capital, na região da Guarapiranga, extremo da zona sul.Para chegar a esse diagnóstico, a pasta designou no ano passado 41 investigadores, que a partir de setembro anotaram números de chassi, motor, modelo e ano de fabricação. O trabalho começou em setembro. Há 15 dias foi publicado edital para escolher a empresa que fará a destruição e o leilão dos veículos. A data da operação ainda não foi marcada. "Esse mesmo trabalho de análise da situação de cada carro será replicado nos outros 40 pátios da capital", explica o secretário-adjunto da Segurança, Arnaldo Hossepian Junior.A decisão só pôde ser tomada após entendimentos com o Ministério Público Estadual e o Judiciário. O diretor do Departamento de Inquéritos e Polícia Judiciária (Dipo) do Tribunal de Justiça de São Paulo, Alex Tadeu Monteiro Zilenovski, disse que o pedido de autorização feito pela Secretaria da Segurança para destruir os 5 mil automóveis foi encaminhado ao Tribunal de Justiça. "Para cada caso serão tomadas as medidas cabíveis, assegurando-se os direitos dos donos. Se não houver investigação envolvendo os carros não identificados e eles não puderem voltar a circular, serão destruídos ou vão a leilão." Também foi pedido ao TJ que cada juiz examine casos sob sua responsabilidade. E, na sentença, já decida o destino dos produtos.

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