Cápsulas de ataques no Jaçanã e no Campo Limpo são de calibres diferentes

Embora não descarte nenhuma investigação, secretário diz que armamento afasta ligação entre casos e que não há indícios de participação de policiais

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Por Isabela Palhares
Atualização:

MOGI DAS CRUZES - O secretário estadual da Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, disse nesta quarta-feira, 5, que as cápsulas encontradas nas cenas dos ataques que aconteceram no Jaçanã, na zona norte da capital, e no Campo Limpo, zona sul, e deixaram 9 mortos, são de calibres diferentes. Segundo ele, isso "não ajuda na ideia de que seja o mesmo grupo de atuação" nos dois crimes.

Na zona norte, crime aconteceu em um bar no Jaçanã enquanto homens comemoravam um aniversário Foto: Felipe Rau/Estadão

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"Na cena do crime no Jaçanã, foram encontradas só cápsulas calibre 45. No Campo Limpo, encontraram cápsulas calibre 380 e 9 milímetros", afirmou o secretário. 

Segundo ele, os calibres dos armamentos encontrados também não são de uso das polícias paulistas. "Então, não há indício desse tipo de participação (de policiais). Agora, qualquer vertente de investigação será analisada a fundo para que os casos sejam elucidados o mais rápido possível."

Ainda de acordo com o secretário, nenhuma linha de investigação foi descartada. "A investigação está abrangendo todas as possibilidades", disse. 

Ataques. No Jaçanã, segundo o relato à Polícia Civil de uma das vítimas que sobreviveram, dois homens em uma motocicleta prata atiraram em direção ao grupo de pessoas que estava em um bar na altura do número 23 da Rua Antônio Sérgio de Matos. Os criminosos fugiram.

Cinco homens morreram dentro do estabelecimento e outro na rua. Três ficaram feridos e foram socorridos aos Hospitais São Luiz Gonzaga, do Mandaqui, ambos na zona norte, e Geral de Guarulhos, na Grande São Paulo. 

Já no Campo Limpo, por volta da meia-noite, três homens foram mortos e um ficou ferido por disparos de arma de fogo na altura do número 10 da Rua Professora Nina Stocco, na região do Jardim Catanduva.

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Uma testemunha disse à Polícia Civil que pilotava uma motocicleta com o amigo Wizmael Dias Correia, de 19 anos, na garupa e percebeu que outra moto com duas pessoas o perseguia. O piloto tentou fugir, mas Correia se assustou e desceu do veículo. Em seguida, o garupa da moto sacou uma arma, atirou contra o jovem de 19 anos, acelerou e fugiu.

Já um entregador de pizza informou à polícia que parou na Rua Professora Nina Stocco para pedir informação quando duas pessoas em uma motocicleta atiraram em direção a ele e outras vítimas. O entregador ficou ferido na mão.

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