Sistema Cantareira volta a subir e completa um mês sem queda

Principal manancial de SP opera com 19% da capacidade; todos os mananciais já superam média histórica de chuvas em novembro

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Por Felipe Resk
Atualização:

SÃO PAULO - Considerado o principal sistema hídrico de São Paulo, o Cantareira registrou mais uma vez aumento no volume de água represada e completou um mês sem quedas, segundo aponta relatório da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), divulgado nesta quinta-feira, 26. Além dele, apenas o Rio Claro subiu. Outros três mananciais ficaram estáveis e o Guarapiranga, atual responsável por atender o maior número de pessoas, sofreu baixa.

Responsável por abastecer 5,2 milhões de habitantes, o Cantareira subiu 0,1 ponto porcentual e opera com 19% da capacidade, ante 18,9% no dia anterior. Esse foi o nono aumento consecutivo do sistema. Esse índice tradicionalmente publicado pela Sabesp considera duas cotas de volume morto, adicionadas no ano passado, como se fossem volume útil do sistema.

A situação no Sistema Cantareira ainda é preocupante; especialistas afirmam que é necessário economia de água para que o abastecimento não fique prejudicado Foto: Sérgio Castro/Estadão

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A última vez que o Cantareira registrou queda no seu estoque foi no dia 26 de outubro, exatamente há um mês. Na ocasião, o nível do sistema desceu 0,1 ponto, de 15,7% para 15,6%. A nova alta aconteceu apesar da baixa pluviometria dos últimos dias. Em 48 horas, choveu apenas 0,4 milímetro na região do manancial. No entanto, o valor de chuvas acumuladas no mês supera as expectativas para novembro: foram 174,2 mm, enquanto a média histórica é de 160,4 mm.

Outros fatores também explicam a sequência positiva do Cantareira. Antes da crise, eram retirados cerca de 30 mil litros por segundo do sistema, mas a vazão foi reduzida a menos da metade. Com isso, outros mananciais tiveram de socorrer as áreas que eram atendidas por ele. A Sabesp também passou a reduzir a pressão nas tubulações, o que deixa algumas regiões da cidade sem água por horas. Além disso, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) passou a oferecer bônus para quem conseguisse economizar água e a multar os chamados "gastões".

No índice negativo, que passou a ser divulgado após decisão judicial, o nível do Cantareira subiu 0,2 ponto porcentual e está com -10,2%, ante -10,4% na quarta-feira, 25. Na terceira medição, o manancial registrou variação positiva e opera com 14,7%. No dia anterior, o índice era de 14,6%.

Outros mananciais. O Guarapiranga, que atualmente abastece o maior número de paulistas (5,8 milhões), caiu. O manancial está com 87,6% do volume de água represada. A redução foi de 0,2 ponto. Na quarta, o manancial estava com 87,8%.

Atravessando crise severa, o Alto Tietê ficou estável pelo segundo dia e permanece com 15,1% do volume armazenado de água. Esse cálculo considera um volume morto, adicionado no ano passado. Alto Cotia e Rio Grande também não registraram variação e estão com 74,7% e 96,1%, respectivamente.

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Já o Rio Claro subiu pelo terceiro dia. O aumento foi de 1,4 ponto porcentual, o que fez o nível saltar de 57,3% para 58,7% da capacidade. Após pluviometria de 16,6 mm no dia, o sistema foi o último manancial a superar a expectativa de chuva para novembro. Foram 200,4 mm até o momento, ante 195,8 mm da média histórica.

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