Cantareira fica estável e Guarapiranga chega à 30ª queda seguida

Principal manancial do Estado de São Paulo registrou apenas 3,9 mm de chuva em abril, mês que marca o início do período seco

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Por Felipe Resk
Atualização:

SÃO PAULO - Após perder água armazenada por dois dias seguidos, o Sistema Cantareira voltou a ficar estável, segundo relatório da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), divulgado nesta quinta-feira, 28. Já o Guarapiranga, usado para socorrer o Cantareira durante a crise hídrica, completou 30 dias só de queda.

Os reservatórios que compõem o Cantareira operam com 65,7% da capacidade, mesmo volume do dia anterior. O índice, tradicionalmente divulgado pela Sabesp, calcula duas cotas de volume morto, que já deixaram de ser captadas, como se fossem volume útil do sistema.

Depois de um longo período de estiagem,a Represa Atibainha, na cidade de Nazaré Paulista, parte do Sistema Cantateira,voltou a encher. A imagem é do dia 8 de março de 2016 Foto: CLAYTON DE SOUZA/ESTADAO

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Atravessando período seco, o Cantareira não registra aumento na quantidade de água represada há 16 dias. A última vez foi no dia 12 de abril, quando o nível do manancial avançou de 66,1% para 66,2%. Desde então, o volume de água represada caiu em seis dias e se manteve estável nos demais. 

Uma das razões para a sequência negativa é o período seco. Apesar de o mês estar no fim, choveu apenas 3,9 milímetros ao longo de abril - 2,2 mm deles nas últimas 24 horas. O volume é muito inferior à média histórica do mês, de 88,7 mm.

Antes da sequência negativa, o Cantareira chegou a ficar quase seis meses sem sofrer queda. Com a recuperação, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) decretou o fim da crise hídrica em março e a Sabesp cancelou programas de economia de água de bônus para quem consumir menos e multa para os "gastões".

O Cantareira também ficou estável no índice que desconsidera o volume morto do sistema. De acordo com o cálculo, o manancial está com 36,4% da capacidade. A estabilidade é constatada, ainda, no terceiro índice divulgado pela companhia, segundo o qual o sistema opera com 50,8%.

Hoje, o Cantareira abastece 7,4 milhões de pessoas na capital e na Grande São Paulo. Apesar de o número de atendidos ter aumentado recentemente, ainda é inferior ao do início da crise hídrica, em 2014, época em que fornecia água para 8,8 milhões. 

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Outros mananciais. Usado para socorrer o Cantareira durante a crise, o Guarapiranga caiu pelo 30º dia seguido e está com 78,9% do volume de água represada. O recuo foi de 0,3 ponto porcentual em relação ao dia anterior, quando registrava 79,2%.

O nível do Guarapiranga subiu pela última vez no dia 28 de março, passando de 87,6% para 88,1%. A partir de então, entretanto, o volume do sistema recuou em todos os dias. Nesse período, a soma das perdas é de 9,2 pontos porcentuais. 

O Alto Tietê sofreu queda pelo 11º dia. A queda de 0,1 ponto fez o nível do manancial descer de 40,4% para 40,3% - índice que considera um volume morto acrescentado ao sistema em 2014.

Proporcionalmente, o Rio Grande sofreu a maior perda, de 0,5 ponto porcentual, e opera com 85,7%. No dia anterior, estava em 86,2%. O Alto Cotia ficou estável com 98%, enquanto o Rio Claro subiu 0,5 ponto, de 98,1% para 98,6%.

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