Cantareira supera expectativa de chuva no mês e registra nova alta
Segundo a Sabesp, sistema opera com 18,5% da capacidade, ante 18,4% no dia anterior; Alto Tietê e Guarapiranga ficaram estáveis
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Por Felipe Resk
Atualização:
SÃO PAULO - Considerado o principal sistema hídrico de São Paulo, o Cantareira ultrapassou nesta segunda-feira, 23, o volume de chuva esperado para o mês de novembro e registrou sua sexta alta seguida, de acordo com relatório da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Tanto o Alto Tietê quanto o Guarapiranga, que socorrem áreas atendidas pelo Cantareira antes da crise, ficaram estáveis. O Rio Claro foi o único a sofrer queda.
Responsável por abastecer 5,2 milhões de pessoas, o Cantareira opera com 18,5% da capacidade: 0,1 ponto porcentual a mais comparado ao dia anterior, quando estava com 18,4%. Esse índice tradicionalmente divulgado pela Sabesp considera duas cotas de volume morto, adicionadas no ano passado, como se fossem volume útil do sistema.
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Após registrar pluviometria de 10,2 milímetros nas últimas 24 horas, o manancial chegou a 165,4 mm no valor acumulado deste mês. A uma semana para o fim de novembro, o resultado já é superior às expectativas, visto que a média histórica é de 160,4 mm.
A última vez em que o Cantareira registrou queda no seu estoque foi no dia 26 de outubro. Na ocasião, o nível do sistema desceu 0,1 ponto, de 15,7% para 15,6%.
No índice negativo, que passou a ser divulgado após decisão judicial, o nível do Cantareira também subiu 0,1 ponto porcentual e está com - 10,8%, ante - 10,9% no domingo. Na terceira medição, o manancial registrou a mesma variação positiva e opera com 14,3%. No dia anterior, o índice era de 14,2%.
Moradores de bairro de Carapicuíba ficam até 7 dias sem água
1 / 19Moradores de bairro de Carapicuíba ficam até 7 dias sem água
Incêndio
O líder comunitário Carlos Ventura Campos mostra requerimento enviado à ouvidoria da Sabesp no qual os moradores ameaçam colocar fogo e bloquear ruas ... Foto: Diego Moura/EstadãoMais
Água da chuva
O maranhense Carlos Diniz fez adaptações na calha para recolher a água da chuva. Foto: Diego Moura/Estadão
Tambores
Terreno com quatro casas de aluguel e 20 pessoas que dividem uma caixa d'água de mil litros; para diminuir o impacto do desabastecimento,têm de realiz... Foto: Mais
Ladeira
No final da ladeira, na Rua Vicentina Coutinho Ferreira, há um córrego. Com as caixas d'água secas, os moradores convivem com lama e sujeiradentro de ... Foto: Diego Moura/EstadãoMais
Na fila
O presidente da associação de moradores,Nezionete Amorim (de camiseta branca), e o líder comunitárioCarlos Ventura conversam com Andréia Ferreira (à d... Foto: Diego Moura/EstadãoMais
Registro fechado
Na Rua Registro, onde mora o líder comunitário Carlos Ventura Campos, os moradores também convivem com a falta de água por até sete dias seguidos. Foto: Diego Moura/Estadão
Sem condições
O proprietário da loja de materiais de construçãoNaamã de Sousa diz que a maioria das pessoas no bairro não têm condições de comprar uma caixa d'água ... Foto: Diego Moura/EstadãoMais
Ameaça
Em outubro do ano passado, depois de sete dias sem água,o presidente da associação de moradores do bairro Cidade Ariston, Nezionete Amorim, pressionou... Foto: Diego Moura/EstadãoMais
Sem banho
Pedro Diniz, de apenas 4 anos, está preso a uma cadeira de rodas e aparelhos para respirar ejá ficou vários dias sem banho por não haver água na caixa... Foto: Diego Moura/EstadãoMais
Água da chuva
O maranhense Carlos Diniz fez adaptações na calha para recolher a água da chuva. Foto: Diego Moura/Estadão
Rua Rancharia
Moradores reclamam de até sete dias seguidos sem água; Sabesp diz que fará "ajustes na rede". Foto: Diego Moura/Estadão
Tambores
A dona de casaCláudia Cristina mora em uma das quatro casas de aluguel de um mesmo terreno. As 20 pessoas do lugar dispõem de apenas uma caixa d'água ... Foto: Diego Moura/EstadãoMais
Desconfiada
A aposentada Antônia Delta, de 53 anos, não confia no abastecimento de água. Elamantém estoquespara dar descarga nos banheiros e em garrafas de refrig... Foto: Diego Moura/EstadãoMais
Precaução
A aposentada Neuza Vieira, de 68 anos, e o marido dela, Onésio Marçal, de 71, mantêm estocados cerca de 400 litros de água para cozinhar e lavar a lou... Foto: Diego Moura/EstadãoMais
Precaução
O aposentadoOnésio Marçal, de 71 anos, também adaptou a estrutura do telhado para captar água da chuva; são 200 litros para lavar quintal, tapete e ou... Foto: Diego Moura/EstadãoMais
Banho de caneca
Aline Ribeiro, de 26 anostambém vem sofrendo com os sucessivos cortes de fornecimento. Para alegria das crianças, o banho com canecas virou rotina, e ... Foto: Diego Moura/EstadãoMais
Banho de caneca
Aline Ribeiro, de 26 anostambém vem sofrendo com os sucessivos cortes de fornecimento. Ela reaproveita a água da máquina de lavar. Foto: Diego Moura/Estadão
Comportas
Morador chumbou placas de aço nas janelas para evitar que a água entre na casa; caixas d'água vazias e enchentes são frequentes no bairro Cidade Arist... Foto: Diego Moura/EstadãoMais
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Na casa do aposentado Pedro Oliveira, de 50 anos, o problema é o relógio que marca o consumo. "Antes de a água chegar fica saindo ar do cano, e o reló... Foto: Diego Moura/EstadãoMais
Outros mananciais. Atravessando crise severa, o Alto Tietê permanece com 15% do volume armazenado de água, índice semelhante ao dia anterior. Esse cálculo considera um volume morto, adicionado no ano passado. Neste mês, a pluviometria acumulada também já ultrapassou o esperado, com 150,3 mm registrados, ante 128,9 mm da média histórica.
Tendo recebido o dobro da chuva esperada para o mês, o Guarapiranga, atual responsável por abastecer o maior número de paulistas (5,8 milhões), também ficou estável. O manancial está com 88,1% do volume de água represada. Há dez dias o sistema não tem queda: a última vez foi no dia 13 de novembro, quando o nível desceu de 86,1% para 85,9%.
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Tanto o Rio Grande quanto o Alto Cotia subiram 0,2 ponto porcentual e operam com 96,3% e 73,8%, respectivamente. Já o Rio Claro sofreu queda de 0,3 ponto e o volume armazenado no sistema desceu de 56,9% para 56,6%.