Um dos marcos mais reconhecíveis da cidade de São Paulo, o Edifício Trianon, na Avenida Paulista, vai ficar pelo menos mais 40 anos nas mãos do Museu de Arte de São Paulo (Masp). A Câmara Municipal aprovou ontem, em segunda votação, o projeto de lei que autoriza a concessão do prédio, que é municipal, à entidade que funciona ali desde 1968.
A proposta foi a última apresentada ao Legislativo pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD), 12 dias antes do fim do seu mandato, e segue agora para sanção de Fernando Haddad (PT).
O Edifício Trianon até hoje é emprestado ao museu por meio de permissões temporárias oficializadas em portarias. A renovação em definitivo do direito de uso do prédio é pleiteada há cinco anos pela direção do museu.
Com 11 mil metros quadrados, divididos em cinco pavimentos e com vão livre de 74 metros de largura, o Edifício Trianon foi projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi (1914-1992). A inauguração da sede teve presença até da rainha Elizabeth II.
O prédio teve seu valor histórico e cultural reconhecido em 1982, quando o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (Condephaat) tombou a construção. Mais tarde, em 2003, ele também passou a ser protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Hoje, abriga um acervo de 8 mil peças de arte.
Negado. Em 2008, a Prefeitura havia negado o pedido de cessão ao museu. Na época, uma investigação do Ministério Público apontava que "graves problemas financeiros" faziam com que o museu estivesse "no limiar da descontinuidade de suas atividades".
O comando do museu mudou e negociou a cessão com a Prefeitura. Algumas contrapartidas exigidas são a liberação gratuita de visitantes em pelo menos um dia da semana e a cessão de salas para eventos da Secretaria Municipal de Cultura.