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Bastidor: Haddad busca secretariado mais político

Convite é o terceiro movimento do prefeito visando à reeleição no ano que vem; ação coincide com críticas de Marta ao PT

Foto do author Pedro  Venceslau
Por Diego Zanchetta , Pedro Venceslau e Valmar Hupsel
Atualização:

O convite para que o ex-ministro Alexandre Padilha assuma a pasta de Relações Governamentais é o terceiro movimento do prefeito Fernando Haddad (PT) em direção a dar um caráter mais político ao seu secretariado, visando à reeleição em 2016. A movimentação do prefeito, notório por sua aversão às articulações políticas, coincide com o momento em que a senadora Marta Suplicy dá declarações públicas interpretadas como um ensaio para sua saída do PT para se candidatar à Prefeitura por outro partido. 

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Coincidência ou não, a guinada política de Haddad foi iniciada na semana passada, logo após a entrevista em que Marta declarou ao Estado que “ou o PT muda ou acaba”, com a nomeação de Gabriel Chalita (PMDB) para a Educação. Candidato derrotado à Prefeitura em 2012, Chalita ainda é visto como potencial nome do PMDB para a disputa do próximo ano. Ao arregimentar o nome de peso do partido para seu secretariado, Haddad “amarra” a legenda em uma aliança com o PT. Essas negociações podem passar por uma eventual nomeação de Chalita como vice-prefeito.

Nesta semana, Haddad anunciou o nome do ex-senador Eduardo Suplicy para a pasta de Direitos Humanos. A presença de Suplicy no secretariado por si só é um contraponto à senadora que carrega o mesmo sobrenome do ex-marido. Caso Marta saia do PT, Haddad terá Suplicy, um político experiente e visto como um dos quadros mais íntegros do partido, à frente de uma pasta ligada diretamente às políticas voltadas aos direitos fundamentais. 

Notório por sua aversão às articulações políticas, Haddad iniciou guinada na semana passada Foto: Sérgio Castro/Estadão

Tanto Chalita quanto Suplicy são considerados puxadores de voto e darão maior representação política ao secretariado. No caso de Padilha, o PT não quer perder o investimento e o capital político conquistado na eleição estadual. 

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