Balanço de hotel não tinha manutenção

Perito aponta mau estado de brinquedo que matou menina em Águas de São Pedro; polícia abre inquérito para apurar homicídio culposo

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Por Ricardo Brandt e CAMPINAS
Atualização:

O laudo do Instituto de Criminalística deve apontar que faltava manutenção no balanço que caiu e matou a menina Inês, de 4 anos, no playground do Grande Hotel São Pedro, em Águas de São Pedro, interior paulista, anteontem.O perito Jefferson Willians de Gaspari, que esteve ontem no hotel de luxo, afirmou em Piracicaba que "a viga, de 5,30 metros, estava comprometida por falta de manutenção" e isso teria provocado o desabamento. O laudo da perícia deve ficar pronto só na próxima semana, mas ele adiantou que, apesar da boa aparência externa da madeira do balanço, por dentro o material "apresentava sinais de ação do tempo". A tragédia aconteceu às 12 horas de anteontem, quando a menina brincava no playground. A viga superior do balanço se soltou nos dois lados e caiu, atingindo o tórax da criança. Inês chegou a ser levada para o pronto-atendimento de Águas de São Pedro, onde morreu. A mãe, Maria Isabel Gomes Pereira, brasileira, e o pai, Jean Jaques Schaller, francês, são professores universitários na França e passavam férias do Brasil. Eles haviam entrado no hotel um dia antes, acompanhados dos avós maternos.Segundo o delegado seccional de Piracicaba, João José Dutra, foram intimados para depor hoje um responsável pelo hotel, o chefe da manutenção do playground e o monitor que estava com a criança no momento da tragédia. "Queremos ouvir essas pessoas para saber quem pode ter sido responsável por uma possível negligência na manutenção do equipamento." Um inquérito foi aberto para apurar homicídio culposo (sem intenção).O Grande Hotel São Pedro divulgou nota ontem em que diz que aguarda o laudo da perícia técnica para falar sobre as causas do acidente e, nesse período, o playground vai permanecer interditado. Informou ainda que, em 2011, o playground passou por uma reforma completa e diariamente os equipamentos são checados por um gestor. Também voltaram a lamentar a fatalidade e disseram ter prestado assistência à família.Hoje o local deve passar por inspeção do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) de Piracicaba.Enterro. O velório foi realizado ontem na casa de familiares da menina, em uma casa no Alto de Pinheiros, zona oeste da capital, e o enterro ocorreu no Cemitério São Paulo. Amigos e familiares estavam muito abalados e evitaram falar. / COLABOROU CAMILA BRUNELLI

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