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Atriz relata agressão em bloco de pré-carnaval na Faria Lima

Carolina Froes disse ter sido atacada por homem não identificado, que fugiu na sequência; Casa Comigo afirma prestar apoio à vítima

Foto do author Marco Antônio Carvalho
Por Marco Antônio Carvalho
Atualização:

SÃO PAULO - A atriz Carolina Froes relatou ter sido vítima de agressões e abusos praticados por um homem não identificado durante a festa de um bloco de pré-carnaval que ocorria na Avenida Faria Lima, na zona oeste de São Paulo. No sábado, 18, segunda conta em depoimento que teve mais de 40 mil interações no Facebook, ela foi despida enquanto trabalhava no local e, depois, foi atacada e “agarrada pelo pescoço”.

O caso, de acordo com a vítima, ocorreu durante o Bloco Casa Comigo, que atraiu milhares de pessoas no fim de semana passado. “Depois de três horas trabalhando embaixo do sol, minhas amigas e eu estávamos indo embora junto com uma multidão, quando ele, vindo por trás, puxa e tira a minha parte de cima da roupa. Virei já reagindo, socando o homem que tinha o dobro do meu tamanho. Ele riu. Comecei a gritar, ‘Tá maluco?’, ‘Ele tirou minha roupa’. Um espaço se abriu. Continuei reagindo e tentando segurar o cara”, informou no começo do relato.

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Depois desse momento, segundo Carolina, ela foi agarrada pelo pescoço e jogada no chão. “Levantei ainda mais nervosa, gritando mais alto e preparada pra machucá-lo mais. No único momento em que realmente nos olhamos nos olhos, lembro de ver que o pescoço dele estava todo arranhado. Depois me disseram que o braço dele também sangrou”, acrescentou. 

No post, a atriz reclamou da falta de apoio. “O resto das pessoas ao nosso redor, homens e mulheres, não fizeram nada além de assistir, além de gritar, além de abrir espaço pra eu apanhar, além de tentar me impedir de reagir. Meu braço vai desinchar, os hematomas vão sumir. Os arranhões na pele do agressor também. Mas eu nunca vou esquecer”, disse.

Ela conclamou uma reação a outros casos de assédio durante o período do carnaval. “Se a presença de uma mulher precisa ser afrontada dessa forma, serei uma afronta ainda maior. Sou mulher. Estou viva. Reajo e existo. Esse texto é uma forma de dizer: você, mulher, não está sozinha. Por mais que possa se sentir. Estamos juntas”. O homem responsável pelas agressões não foi identificado pela vítima, que também não forneceu outras características físicas do agressor. No texto, Carolina não informou se o caso foi registrado na polícia para investigação. A reportagem não conseguiu contatá-la na tarde desta terça-feira, 21.

Em nota oficial, membros da organização do bloco Casa Comigo se disseram “impactados por um post da Carolina, que foi agredida e abusada no caminho de casa, após o nosso carnaval”. “Gostaríamos de expressar aqui a nossa completa indignação com a atitude desse ‘homem’ (lê-se entre aspas porque tal atitude não se pode credenciar a um homem, e sim a um covarde) e dizer que estaremos sempre na luta, seja através da arte ou no diálogo aos órgãos públicos para que atitudes como essa sejam banidas não só do carnaval mas da sociedade brasileira.”

O bloco disse prestar apoio à vítima, reforçando ainda que durante o desfile tentaram de diversas maneiras instruir os foliões “que não é não e que o amor deve ser expressado de maneira livre e leve, sem agressão e muito menos abuso”. “Nós somos um grupo de amigos que preza o respeito e o amor através da música, da arte e do carnaval. A simbologia do ‘casamento’ é pra convidar as pessoas a promoverem encontros inesperados e amores reais dentro da magia que o carnaval produz. Se você não entendeu ou não quer entender esse nosso recado, por favor fique pulando carnaval na sua própria casa”, completaram.

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Largo da Batata.Setecentos mil foliões lotaram Pinheiros; Avisa Lá, Casa Comigo e Ritaleena foram alguns dos blocos que desfilaram Foto: Gabriela Biló/Estadão
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