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Associação quer unir praça ao Ibirapuera

Moradores acreditam que, assim, Cidade de Milão será mais bem conservada

Por Luisa Alcalde e JORNAL DA TARDE
Atualização:

O Conselho Gestor do Parque do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, analisa a integração de 22 mil m² da Praça Cidade de Milão, na Avenida República do Líbano, ao 1,5 milhão de m² do parque. A ideia é fechar novamente a praça com grades (retiradas há cerca de 1 ano) e fazer a ligação entre os espaços por passarela, passagem subterrânea ou desviando o trânsito da avenida para atrás da praça.A proposta, que partiu da Associação de Moradores da Vila Nova Conceição, já tem o aval da Subprefeitura da Vila Mariana. "Sou favorável. Hoje, a engenharia acha solução para tudo. A ligação pode ser feita por passarela, subterrânea ou desviando o trânsito", explica o subprefeito do bairro, Manoel Antônio da Silva Araújo. "Mas, se não houver interesse da população na integração, sou pela maioria."Embora a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente afirme que seu Departamento de Parques e Áreas Verdes poderá avaliar a proposta, deixou claro que sua posição é de que o local permaneça aberto. "É só ver como está muito mais bela e limpa agora", informa, em nota.Na semana passada, o assunto foi submetido ao Conselho Gestor. Ainda não houve votação oficial. O administrador do parque, Heraldo Guiaro, disse que, se também receber contrapartida financeira e pessoal para cuidar de mais essa área, não será contra a integração. Na ocasião, sete conselheiros foram favoráveis ao projeto. "A praça nunca foi bem cuidada. Ela será mais bem conservada se for incorporada ao parque", afirmou Abraão Badra, presidente da associação de moradores do bairro e autor da proposta. "Vai ficar mais feia com as grades, mas hoje é uma temeridade deixá-la aberta, suja e insegura.""A preocupação com a segurança é primordial. Defendo a integração desde que signifique maior tranquilidade aos moradores da nossa rua, mesmo que implique o retorno do gradil", disse o publicitário Walter Costa, que mora na frente da Cidade de Milão. "Se não temos condições de ter uma praça aberta, iluminada e policiada, melhor um parque fechado.""Prefiro do jeito que está, aberta. Uma passarela deixaria a região feia", opinou o também publicitário José Carlos Rudner, que tem agência perto da praça e caminha por ali. O administrador José Maria Bezerra, morador do bairro, concorda. "Gosto sem grades, com ar de praça mesmo." A reportagem solicitou entrevistas com o secretário do Verde, Eduardo Jorge, e com o administrador do parque, Heraldo Guiaro, para falar sobre o assunto, mas não foi atendida.Calçadas. As calçadas do lado de fora do Parque do Ibirapuera serão refeitas pela Subprefeitura da Vila Mariana. A obra entrará no Plano Emergencial de Calçadas da Prefeitura porque o Ministério Público instaurou inquérito civil exigindo que o passeio no entorno do parque seja acessível a portadores de necessidades especiais. Obstáculos, como postes de energia elétrica ou árvores, também terão de ser retirados do caminho. "É uma grande intervenção. Pontos que oferecem risco de queda, por terem buracos ou degraus, sofrerão intervenções emergenciais", disse o subprefeito Manoel Antônio da Silva Araújo.Para cumprir um acordo que existe desde o início da construção do Auditório Ibirapuera (projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer), em 2003, a Prefeitura também começou a tirar as calçadas internas do parque, colocando grama no lugar. A intervenção deve ser concluída até o fim do ano.O espaço hoje ocupado pelo calçamento ficará destinado a novas áreas permeáveis, conforme exigência prevista no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público. O documento previa mais 80 mil m² permeáveis e, até agora, apenas 17 mil m² foram implementados pela Prefeitura. Autorama. Na área onde fica a sede da Guarda Civil Metropolitana (GCM), dentro do parque, há planos de remover a rua asfaltada e substituí-la por grama ou areia e pedriscos para permitir a circulação de veículos de serviço e viaturas da corporação. Outra possibilidade de permeabilização em estudo são as duas baias do autorama, com 5 mil m², que antes eram usadas pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) para fazer exames.

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