SÃO PAULO - Após sete meses de vazão congelada, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) poderá aumentar, a partir deste mês, em 2 mil litros por segundo a captação de água do Sistema Cantareira. O volume adicional é suficiente para abastecer 600 mil pessoas a mais com o manancial, que atende hoje cerca de 7,4 milhões de pessoas na Grande São Paulo.
A pedido da Sabesp, a Agência Nacional de Águas (ANA), do governo federal, e o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), do governo paulista, autorizaram nesta quinta-feira, 1º, o aumento do limite de retirada de água do Cantareira pela companhia de 23 mil litros por segundo para 25 mil l/s. A regra vale até o fim de novembro.
Antes da crise hídrica, em 2014, a Sabesp captava até 33 mil l/s para abastecer cerca de 8,8 milhões de pessoas. Após o início da seca histórica no principal manancial paulista, os órgãos gestores foram reduzindo gradativamente o limite de exploração do sistema até chegar em 13,5 mil l/s em setembro do ano passado. Em fevereiro deste ano, a vazão limite subiu para 23 mil l/s e foi mantida até o final de agosto.
A Sabesp argumenta que embora a produção de água ainda seja 30% menor do que antes da crise por causa da mudança de hábito da população e da redução da pressão na rede durante a noite, a demanda por água na Grande São Paulo deve aumentar a partir de setembro por causa da elevação da temperatura, que passa a ficar acima dos 20ºC.
A companhia ainda apresenta relatório do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do governo federal, que aponta a probabilidade de chuvas dentro da média nos próximos meses em São Paulo. Segundo projeções feitas pela Sabesp, mesmo se a seca de 2014 se repetir nos próximos meses, o que é improvável, de acordo com a companhia, o Cantareira chegará ao final de novembro com 28% do volume útil, sem incluir o volume morto dos reservatários. Nesta quinta-feira, o índice está em 45,8%.